Usina de Letras
Usina de Letras
172 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62187 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50587)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->LÁGRIMAS DO SERTÃO -- 14/07/2022 - 23:02 (Renato Souza Ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

LÁGRIMAS DO SERTÃO
Renato Ferraz


Deus, ó meu Deus

Avoco-lhe uma prece

Que mande-nos chuva logo

Porque seco do jeito que está

Tudo aqui, sem a sua bênção, irá se acabar...

Depositei minhas últimas esperanças

Plantando essas sementes que me restavam,

O que será de nós se a chuva não chegar

E se o inverno passar, com mais um ano de seca?...

Senhor, só o Senhor poderá nos ajudar daí do céu!

Aqui na terra nada somos, a não ser seus filhos.

Já imploramos a todos a quem temos direito...

Cada vez mais nos enganam com promessas,

Que se repetem, entra ano, sai ano.

Parece até, ò pai, que eles ao contrário da gente

Torcem pela nossa miséria, para que a chuva não venha.

Não queremos sair por aí perambulando,

Como fugitivos, pelas cidades grandes,

Não somos vagabundos.; vontade não nos falta para trabalhar.

Aqui nossos antepassados foram enterrados com tanta devoção!

Nossos pais também nos criaram

E assistimos nossos filhos nascerem e crescerem...

Sabemos de histórias de conterrâneos ...

Outro dia eram nossos vizinhos e até parentes, ò pai,

Que partiram em busca de dias melhores,

Para morarem em lugares com outros costumes

E, ou morreram pior ou foram mortos...

Pai, aqui a vida tem sido ingrata,

A natureza tem horas que parece até nos castigar...

E os homens do poder nos têm sido cruel

É como se já nascêssemos condenados

A viver e morrer nesse eterno sofrimento!

O sol amanhece cada dia mais forte,

A última cacimba que tinha, secou.

As poucas criações que restavam, morreram

E o chão, como se nos chamasse para seu interior, até rachou.


 

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 8Exibido 119 vezesFale com o autor