Usina de Letras
Usina de Letras
214 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140787)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Terror e medo -- 23/12/2016 - 19:35 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


As cenas que Ravenala via em Vila Mimosa, lembravam a descrição que o Padre Davi  fazia do inferno. Ela mesma se sentia no inferno e já não tinha certeza se o que via era real, ou imagens formadas em sua mente por um surto de medo. Viu um homem com vestes sacerdotais atravessar  a rua com uma Bíblia na mão. ‘Que faz um homem de Deus neste antro de prostituição?’ Foi só o que lhe veio à mente.

 O homem paramentado postou-se na frente do veículo, estendeu a mão: Pare! 
Leonardo desceu da brasília e fugiu a pé. Correndo...
 O tempo parou. 
Não sabe por quanto tempo ficou em estado de choque, e quando deu acordo de si, outra pessoa ocupava o lugar que fora de Leonardo. Olhou o novo motorista e viu uma coroa de espinhos sobre a cabeça dele. Ele sorriu docemente: ‘Filha, vou te levar para a casa.’  
Ramayana  desistiu do triângulo amoroso que arquitetara, sem a anuência de uma das partes, e soltou sua voz anserina de ex-presidiária: ‘Pô, meu! Tipo assim... vamos deixar essa mariposa em casa.’
O Pastor que agora dirigia a brasília, parou no Aterro do Flamengo. ‘Acorda, Talita Ravenala! O pesadelo acabou.’  Ela não sabia se teve uma visão ou um sonho. Estava em casa, deitada na cama com traje domingueiro. E ao olhar-se no espelho, viu na testa uma cruz traçada com cinzas.  Não era quarta-feira. A cinza em qualquer estação é sinal de fragilidade da vida humana, em constante confronto com a morte. 
A luz de emergência de uma viatura avança o sinal vermelho, disseminado pânico e medo com o som ensurdecedor da sirene. A rua Ceará se agita, um velho grita: ‘Mataram uma mulher na Vila Mimosa.’ Afastando-se da cena do crime, Conchita e Leonardo caminham ocultando seus vultos cambaios.  A noite era escura como o negrume de suas almas. A mulher cobria suas carnes com um vestido amarelo-palha em frangalhos, na boca um cigarro apagado, à cintura uma bolsa com peças íntimas e três  pedras de craque. A Ronda da Noite passa veloz. Ramayana foi  assassinada.
Era Natal de 2007.
****
Adalberto Lima - Estrada sem fim...
Imagem: Internet

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui