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Artigos-->16:45 h : Antes das cinzas sem jardim do Tim amado. -- 15/05/2001 - 16:44 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


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Soa o címbalo, de Tira-dentes, e eis que vem o Tim, com quem dialogo. "Tim, se hoje fosse dia do seu velório, você teria quatro oradores para falar sobre a impressão que você deixou sobre sua personalidade, suas virtudes, suas idiossincrasias, conquistas e exemplos de cidadania. Enfim, sobre seu caráter. E, cá por mim, fico imaginando o que diriam. A começar por aquela sobrinha, representando a família, de quem você recebeu muitas atenções e acompanhou seu desenvolvimento intelectual. Ela diria, provavelmente, que o tio Tim tinha sido uma pessoa muito dedicada às letras, as que vinham coladas na geladeira, na televisão, no microcomputador, nos seus quedes, nas traseiras das suas calças, no colarinho das suas camisas, nas meias, formando palavras que representavam suas respectivas marcas. Realmente, você foi um exímio decorador. Aliás, a decoração do seu escritório ficou muito bonita com todas aquelas etiquetas pregadas nas paredes.

Em seguida, viria um seu ex-companheiro de trabalho. Na certa, ele diria que você foi um grande companheiro, pontual, assíduo, solidário, proativo, eficiente, por todo o tempo em que permaneceu naquela empresa, todas as vezes em que os lanches tim-ham de ser preparados. Realmente, aquele café que você fazia era fora de série. Você sabia convencer a todos que do pó, misturado com terra, milho, fubá e outros ingredientes, viemos e bebemos, e ao pó retornaremos, para sermos "desmisturados", retornando depois em forma de grãos a sermos novamente moídos e misturados.

Aquele biscoito de polvilho que você comprava naquela velha quitanda, também, mostrava seu fino gosto. Você sabia formar uma verdadeira banda de música, com o barulho do biscoito na hora da mastigação, com todas as bocas. Até parecia que você distribuía o biscoito segundo os tons de vozes dos seus companheiros. Desde o mais grosso, até o mais delicado.

Como terceiro orador, você poderia contar comigo, representando os "amigos". E, ora direi... que você foi um "companheirão". Soado o címbalo, lá estava você ...Timmmmmmmmmm... Pronto, de mangas arregaçadas, para dar sua assistência técnica, tecnológica, moral, intelectual e espiritual, a quem estivesse assentado em frente ao teclado e ao vídeo. Realmente, suas contribuições foram brilhantes, principalmente, quando se tratava de escrever para a Usina de Letras. Que "amigão"! Suas sugestões eram precisas, iluminadas diria. Pena que não tenha conquistado a graça dos leitores. Mas valeu, e muito! Pelo menos, timha com quem desabafar. Amigo é para essas coisas.

E o quarto orador, como não poderia deixar de ser, alguém viria representando a comunidade, para ressaltar seus atos de benevolência, de benfeitoria, de caridade, do seu amor aos humildes, aos condenados a escribas, da sua compaixão da mídia e dos políticos, um exemplo de sociabilidade, enquanto soava. Encerrando o velório, viria o Padre, rezaria uma missa e fechariam sua caixinha de madeira francesa, entalhada em alto relevo, com a expressão "Tim Idae Mortis". Que tal?

— Eu só queria saber por quê que o travessão é um símbolo chamado de caráter especial , quando você precisa digitá-lo, a todo momento.

— Mas, eu estou falando é sobre o seu caráter... Qual a sua impressão?

— Automática, retrato, A-4! Fica bem assim, cabe tudo, desde que a fonte não seja mundana e não passe de 10...

— Hummm... compreendo...

— Agora, diga-me aqui, o que você quer que digam a seu respeito no seu velório?

— É sobre o que todo cidadão deve pensar, almejar e sempre atualizar, mas... tenho que tomar um café agora. Depois eu volto.

— Então, salve o arquivo e desligue o computador, por favor! Já chega de tanta perda de energia nesta casa! E desligue-o da tomada, também. É o que estão recomendando, por causa dos apagões inesperados... E você sabe muito sobre isso, aquela falta de lampejos...aquele sen-tim-ento de impotência criadora do impossível...

— Mas, vale a pena salvar uma ladainha desta?

— Por quê não? Então, eu não mereço ficar gravado para ser lembrado e seguido, posteriormente, por címbalos de menoridade?

— Oh, é verdade! "Jura et una"! Salvar como "Usina de Letras"/ Antes das cinzas sem jardim do Tim amado. doc. OK.

Fechar. Desligar. OK!



***



Com os cumprimentos do Tim,

crente em epitáfios glorinhonhos e apagões eutanásicos,

filho de ipê roxo, viagra, tribulus terrestris e

servo do peróxido de hidrogênio na encruzilhada gripada






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