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Artigos-->A PROPÓSITO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS -- 28/02/2003 - 21:35 (medeiros braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu sou sertanejo; nasci no semi-árido. Conheci de perto os efeitos catastróficos da seca; as rachaduras de porões de açude formadas por torrões ressequidos; cadáveres de animais estendidos ao solo ardente; as levas de retirantes que partiram a contrafeito como se fossem uma planta, perversamente, arrancada pela raiz. Por conta disso, interessa-me o assunto "clima".



No entanto, na qualidade de economista, tenho as minhas limitações. Mas, uma coisa, desde jovem, me chamou a atenção: os ensinamentos de naturalista contidos em "Os Sertões" de Euclides da Cunha, obra essa que, diga-se de passagem, nunca foi contestada.



Esse autor fala dos fatores astronômicos e humanos, embora se debruce mais sobre este último. Diz ele que "o homem é, por natureza, um terrível fazedor de deserto". Cita o processo de destruição milenar intensificado pela cultura do índio, dos colonizadores, dos bandeirantes, mineradores, dos fazendeiros que encontraram no fogo um aliado para concretizar suas ambições.



Em "Os Sertões" podemos sentir na preocupação das autoridades do reino de Portugal, o desmatamento provocado pelo fogo. Inclusive, o mesmo chegou a nomear um juiz Corregedor das matas, tendo em vista os danos causados, principalmente, nos estados da Bahia e Pernambuco durante o século XVIII.



Diante de tais ocorrências e dos efeitos responsáveis pela irregularidade climática, podemos concluir que as matas são fatores determinantes para o seu equilíbrio, salvem-se os fatores astronômicos mencionados. Já li em alguma parte que as árvores têm um poder muito grande de concentração de água. E todos sabemos que é através das suas raízes que a água penetra e forma os lençóis subterrâneos, além de reduzir os perigos advindos da erosão.



Porém, se isso faz sentido, e eu acredito que sim, haja vista que a regularidade de chuvas se dá mais em áreas onde existe uma reserva florestal, estarrece-me o fato do descaso por parte de órgãos governamentais. Não se tem noticia de nenhum projeto que procure corrigir esse erro. Que se sabe, há mais de trinta anos que, através da SUDENE foi lançado um projeto de reflorestamento e que não deu o menor resultado. Isso porque beneficiou só os grandes proprietários que pegaram o dinheiro e investiram no mercado especulativo.



Os estudiosos sempre que discutem a questão da seca, abordam a canalização de água para o consumo, nunca a sua produção, que poderia se dar com a recuperação das matas. Nem mesmo procuram despertar as autoridades para a educação dos consumidores e o seu desperdício, e muito menos para os pequenos produtores rurais que dão continuidade à cultura da queima do mato.



No que pese o processo de desertificação do Nordeste, é o semi-árido ainda muito fértil. Quem sempre por ali trafega, já pôde observar alguma vez que, ao passar em dada semana, presenciou a terra tórrida, e que ao retornar deparou-se com uma paisagem verdejante, devido o fato da ocorrência de alguma precipitação pluviométrica. Para recuperar, portanto, a regularidade climática, é imprescindível a plantação de árvores, entre estas, as frutíferas.



É claro que há outros fatores, a exemplo de mananciais de superfície que favorecem a formação de nuvens quando a terra quente clama o precioso líquido.









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