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cronicas-->Corpo e Alma -- 13/08/2007 - 19:10 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CORPO E ALMA

Não sei qual o momento exato em que um corpo ganha alma; os segundos que precedem ao fato devem ser fantásticos, profundos, perfeitos. Ela deve nos chegar de mansinho, dentro de um carinho ritualístico diferente para que os olhos das outras almas a admirem na contemplação da sucessão da eternidade; o corpo, esse santuário sagrado pelo qual temos a obrigação de zelar no nosso dia-a-dia, só ganha a fala de sua alma quando passa a depreender a luz de sua existência e saber que há um deus entre eles dois, imantado e interligando-os com uma força magnética tão sublime e forte, que nenhuma delas consegue separá-los se os dois estiverem vivos.
Só a alma faz o corpo ser alegre e verdadeiramente vivo. Quando os olhos querem dizer os desejos da alma, sorriem ou choram: o coração parece decodificar esse sentimento tão especial e flórido.
O sentimento é tudo isso junto. Se a alma reina, o corpo obedece, as emoções transbordam e o espetáculo da convivência entre os corpos almados é um lindo teatro de sabedoria, truques e imperfeições, enquanto se espera que a vida, ao envelhecer a matéria do corpo, imortalize a da alma que resplandece nas cintilàncias do eterno e do divino.
Há almas tão andarilhas que, saindo do seu santuário, correm enamoradas nos dias de luar mais belos para visitar as searas dos desejos proibidos / permitidos, quando descobrem os amores diferentes.
E se o corpo adoecer, guardando-a precariamente, os olhos traduzem tudo num olhar seco e descompromissado com a vida; só é possível o furor de uma dor nessas horas tristes porque nossa vida é um grande laboratório de sonhos e pesadelos, porque só com ela nos vem a maturação sapiente dos anos cozidos na lida frenética ou mansa, atrás dos grandes palcos do teatro do qual somos partes ativas.
Minha alma aprendeu, durante esses anos, tão pouco dos outros. Hoje, recebe as fartas aulas da vida que, creio, são para compensar o que deixei de conquistar nessas quatro décadas vividas na sede do saber.
Aprendi a amar a profunda seiva de um silêncio corajoso que me deixa enxergar a paciência. Beijo os instantes das horas que me machucam, transformando a dor que fica em espinhos sem pontas. Minhas lágrimas de dor, aprendi a transformá-las em gargalhadas de um especial aprendizado e é por isso, eu acho, que meu corpo não manca tanto com os passos que confecciono no andar cambaleante que esse mundão me faz tecer.
Não sei, entre esta prosa e o verso abaixo, qual deles é meu corpo ou minha alma. Não me importo. Minha poesia imanta os dois tão fortemente que as mãos de um têm os dedos do outro, e os dois não deixam de ser uma valsa paradisíaca bem alegre que acordo a assistir em todos os dias em que me sinto gente entre o corpo e a alma dos meus sentimentos.

CORPO E ALMA


Quando a alma me chega,
o corpo tece a alegria,
os olhos sorriem
e o coração dorme.
Até para enxergar a lágrima,
alegre símbolo da emoção
fulgurando um sentimento,
sempre pleno
de força e de vida.
Quando a alma me foge,
meu corpo arde louco,
o desejo prende,
a depressão me isola,
o coração sofre
porque meus olhos quedam
e meu sorriso chora
e minha dor é tanta
que de mim tudo vai embora...


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