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Cronicas-->O que vêem meus olhos? -- 13/08/2007 - 19:03 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O que vêem meus olhos?

Meus olhos, ei-los que já se esfalfam, tão pequeninos que são e tão longe que alcançam. Pecam com a velocidade do corpo e se arrependem com a do vento. Eles amam mais que se enraivecem. Mesmo sem enxergarem a pouca justeza dos passos que dá meu corpo, são alvissareiros faróis que, como remos das réstias de esperança da vida, deixam transpassar minh´alma com o brilho da fé.
Quando pecam, não habitam o meu ideário, mas simplesmente escorregam no lodo das ruas do mundo. Fazem a contramarca do meu coração, granjeando talvez os prazeres fáceis, desencabrestados dos melhores propósitos. Se a alma adormece e a consciência cochila, o corpo fuzilador detona todas as suas armas; é isso que nos lembram as madrugadas de rememorizações diante da insónia labrusca. O pungimento dos nossos pecados não nos perdoa. Oferece-nos uma dor, às vezes, lancinante e duradoura, mas tudo isso é bem solvível, se lembrarmos de Cristo que tanto nos perdoa.
Os olhos estão lá: consumindo as lágrimas da lavra das preces diante do nosso desespero. O mundo parece descambar para árido precipício, bem mais fechado do que os desconhecidos buracos negros que a Astronomia tem paquerado. Destes, como nossos pecados ferem nossa consciência, não escapa nem a luz das estrelas.
Eles continuam a olhar a vida. Viram brasas diante do tormentório que enxergam arregalados e procuram fingir a visão de tantas outras cousas mais horrendas: maneira mais fácil de se defenderem dos bombardeios do cotidiano sem marca, sem nome, sem alma.
A humanidade precisa urgentemente de carinho e de paz para sobreviver ao seu próprio apocalipse e, voltando ao tribalismo, ressurgir forte e com compromissos bastante diferentes dos que tem hoje. Quando esses olhos nos acordarão para tudo isso? Quando virá esse amanhã que esperamos tanto? Quando o homem depreenderá que é a obra-prima da criação?
Para mim, o apocalipse não nos será justo. Jesus nos deu, pela fé, a possibilidade de salvarmos nossas almas. Nada seria mais irreverente para a criação do que apagar-se a vida, fruto da glória de Deus. É por isso que tenho caminhado com a minha cruz, abraçando-a, ao invés de arrastá-la nos ombros. Meus pecados a conduzem, mesmo que para isso sintam o quanto nos poderá destruir a descrença e a desesperança.
Os estrategistas da miséria e do pavor, entediados talvez pela limitação perversa de suas incredulidades, anunciam o fim de tudo. Jogam ao vento, na convulsão de suas interrogações, o que lhes são mais fáceis fazer: anunciar o descompromisso com a vida e silenciar a fé no Cristo ungido que nos alertou para tudo isso, assumiu nossos pecados e mostrou-nos o único e verdadeiro caminho da paz e da ressurreição.
A páscoa passou. Nosso medo permanece crescente. Os conflitos se reproduzem numa frequência aterrorizante. O homem parece perdido em infligidora labuta insolvível. Quando esse mesmo homem souber o que é e de quem veio, não se desencantará mais diante de seus pecados, porque estes diluir-se-ão no infinito de outros mundos desmemorizados que deverão morrer na eternidade de sua escuridão.
Como nos é difícil beijar a face do inimigo! Melhor nos seria não conhecermos a inimizade. O homem foi feito para o amor infinito e não para o pecado liso e obscuro que parece degustar o desequilíbrio e perpetuar-se na morte. Atiremos no abismo, pois, nossos preconceitos e nossas desavenças. O Homem nos fez homem para sermos vitoriosos e não, vencidos pelo pecado abafador. A criatura nasce sã e enverga-se com a vida inexata. Para que morrermos tortos se temos a clemência dos céus e um horizonte tão iluminado que é a vida? É hora de refletirmos sobre nossos erros e caminharmos de olhos arregalados, vendo o que interessar ao espírito arrependido e perdoado. Viver é o exercício mais fiel, cheio de um aprendizado forte, com que o corpo pode presentear a alma.





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