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cronicas-->Meu amigo poeta -- 13/08/2007 - 18:51 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu amigo poeta

Certa vez alguém me perguntou se um livro que eu estaria para lançar era de poemas. Respondi afirmativamente ao que ouvi da outra alma: é uma pena, amigo, que seu livro não seja de outra coisa.
Confesso que me entristeci muito. Pus-me a pensar. Que segredo haveria por trás de tal afirmativa? Era lógico que o discurso da resposta era cultural. Meu amigo era um fiel escudeiro do patronato da agropecuária do meu Estado. Seus hábitos eram diferentes dos meus, seus caminhos percorridos também. O que queria eu ao convidá-lo para o lançamento de um livro de poemas? Eu errei mais do que ele. Não era do seu gosto literário. Verdade? Nem sei responder.
Há espaço de elites. No mundo há de tudo. Valores e vontades existem nas mais variadas formas. Meu barco corria sobre águas diferentes das dele. Eu não teria também a paciência de acompanhar o campeonato brasileiro de futebol como ele o faz, todos os anos, incondicionalmente.
Meu amigo possui valores formidáveis, posso lhe dizer, caro leitor. Uma de suas maiores virtudes é a servidão. É solícito. Eu pergunto então: isso não é uma forma de fazer poesia? Eu acho!
Acredito que cada um de nós carrega dentro de si um bolsão de poemas que representa o sabor de nossas almas. A poesia está nesse continente de que falo. Nós é que somos seu conteúdo. Um homem pode fazer poemas no exercício de respeito para com os mais velhos, no uso da sinceridade entre os amigos, na fidelidade conjugal, na força viva de sua fé.
Continuo achando que meu amigo X é um poeta que não quis fazer poemas, ainda. Qualquer dia um dos seus discursos mudará e encontrá-lo-ei nos birós dos cafés culturais a dar autógrafos.
Os poetas são os seres que descobriram o cheiro e o sabor dos pequeninos gestos e escrevem suas essências mais representativas. O discurso escrito de um poeta é o registro da alegria que seu coração enxerga e que muitas vezes suas mãos não conseguem pegar. Há poesia em todo gesto bonito. Para quem não sabe, é bom dizer que até no choro encontra-se poesia: naqueles mais sinceramente elaborados.
Meus livros dormem na casa desse meu amigo-irmão. Ele já os leu quase todos. Aos poucos minhas poesias lapidam sua alma e mostram-lhe o lugarzinho escondido em sua alma tão bela, onde estão adormecidos seus poemas tão carregados de amor pela vida, que eu já li e ele nem sabe desse meu atrevimento poético. Todos os dias eu oro por esse amigo que não pode deixar jamais de frequentar os meus cantos mais íntimos, onde estão meus familiares e eu. Um dia, quem sabe, falarei com ele sobre isso. Vai ser deveras interessante. Sua esposa é cúmplice do que escrevo agora: disse-lhe recentemente quando este artigo ainda estava no seu nascedouro. Gosto de ser desse jeito como me mandam os sentimentos. Fantasiar a vida com certos gestos, como esse, me dá prazer.

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