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cronicas-->Renascer da fé -- 13/08/2007 - 18:38 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Renascer da fé

Lembrei-me de Santo Agostinho, o dulcíssimo monstro sagrado da Igreja de Jesus Cristo, esse grande luzeiro da vida e da fé, que viveu entre nós há dezoito séculos. Resolvi falar da evolução da minha fé em Deus. Esse santo já nos mandara, bem antes, crer para entender Deus e jamais querer o oposto.
Isto que quero dizer agora recordo-me, passou ao longo da minha vida. Tive uma magra fé, viciada no medo do inferno e na possível dor agónica que a morte, um dia, traria ao corpo.
Passada a infància sem culpas maiores; tudo bem perdoável andei nas entranhas da adolescência, quando o mundo me fez entender que não sabia nada. Houve o alvoroço da fé que buscava na imaturidade da crença e dormi noites várias, sem o sonho da sabedoria angelical que Deus sempre nos dá, através do nosso anjo de guarda.
Acreditei na resposta áulica que o grande santo se fez traduzir em suas "confissões", ao meu pequenino rascunho de ser crescente, e pude encontrar Deus na pressa de minhas preces. Nunca havia imaginado antes, vivendo no fervor da metamorfose diária por que meu serzinho passava, que havia dentro de mim um Deus tão gigante e belo. Dormia sobre pétalas vivas escudadas pelos desatinos da imaturidade que fazia força para não me ver como gente grande que tem fé. Cada degrau que subia era uma grande escada, e o sabor de Deus que me trazia o sopro do vento era admiravelmente forte. Conseguira chamar a fé, como se já houvesse pecado muito ou se não pudesse mais pecar de jeito algum.
Que nada! Nada sabia mesmo! Era ser vago que chorava a crença e não fazia quase nada. Permitia-me separar corpo e alma e não dormir com nenhum deles, ficando desacordado e vago por tantas noites escuras.
Vencendo a cruel promessa do saber sem crença, pude crer e deixá-la passar. Tinha que ir além do horizonte no silêncio pomposo que me dava o necessário cerimonial para ter mais fé. Saí aniquilando o que era muito fácil de entender e fazer e o que trazia do meu "petil" mundo sempre em forma de novos recomeços sem brilhos. Procurei o peso da dificuldade, furei-me nos espinhos das flores e pude fotografar o tempo perdido e renascer com nova alma. Foi aí onde compreendi como era fácil viver na fé, desde que os desejos banais do mundo perecível ficassem sob os solados das sandálias que nos separavam das areias quentes do espírito. Caminhar com Deus era a única chegada que não teria nenhuma má saída.
Os riscos da descrença foram corroendo-se e achei-me fiel ao meu anjo da guarda. Sublinhei nos traços renovados da fé a constància da humildade e do amor na vida, para dela colher os frutos de sabores doces, feitos por arcanjos, serafins e tantos outros anjos.
Passei a acreditar na vida enquanto dádiva de Deus e usei todas as artimanhas possíveis para me reencontrar com Ele no novo dia que reconstruí. Foi assim que saí da estagnação da descrença e pude caminhar com Jesus na unção de uma nova aurora que me trouxe luz e vida em abundància.
Calaram-se as frustrações. Perderam-se os medos obscuros que rondavam a alma. Pude beber os evangelhos com mais nitidez de conhecimento, fui mais amigo da fé e ela nunca mais ficou longe do meu coração. Sinto hoje que sou um cristão responsável por amar a vida e por matar a morte. Cruzo, com as minhas tímidas orações, os mais obscuros caminhos que tenho encontrado com o corpo e com a alma, tropeçando sem cair e imaginando que estou sendo alguém que crê e busca um Deus eterno e infinitamente belo.

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