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Cronicas-->Serviços bancários -- 16/01/2000 - 00:09 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os serviços bancários modernos são realmente uma maravilha para quem consegue usá-los em casa, pela Internet.

Quem precisa ir ao banco contudo, não raro enfrenta filas moscovitas. É bem verdade que elas andam mais rápido do que se imagina, mas desanimam qualquer um ao chegar e encontrar a tal fila única. A fila única, está provado, é mais rápida e fácil, mas terminal único com outros três ao lado desligados é mal criação.

As filas parecem todas iguais, mas não são. Uma fila de banco, mesmo estas filas modernas para uso destas máquinas que trancam quando vão emitir o recibo, nada tem em comum, por exemplo, com a uma fila de casa lotérica quando o prêmio está acumulado. Nesta há esperança, planos. Naquela, o mais comum é compromissos a saldar, gastos com o pouco dinheiro, dívidas adicionais. Basta ver o silêncio de uma fila bancário. Em geral, se houve um murmúrio coletivo reclamando da demora ou da simples necessidade de ali estar. Na outra não, os palpites são compartilhados os "ah se eu ganhasse" são suspirados com satisfação. A espera é opcional, quase indolor. Eu disse quase, convém não exagerar.

Enquanto se espera na fila bancária pode-se fazer muitas coisas. Dormir é uma delas, mas só para os iniciados que dominam a técnica. Os demais podem cair e se machucar. O mais comum é observar a própria fila e seus integrantes. Mas não seja ostensivo, nada de olhares de cabo a rabo, fulminando seus colegas de infortúnio. Vá com calma. Observe de leve, sem dano aos observados. Você vai observando, a fila vai andando e o tempo vai passando e, quando você vê: surpresa! só faltam vinte. Observe mais um pouco e sua vez chegará. Espero.

Veja o meu caso. Naturalmente entrei na fila disfarçado de cliente para colher material ou "fazer um laboratório" como dizem os atores. Eu que sempre pude usar os serviços inestimáveis de um boy, precisei - quem diria - ir a um destes bancos populares, com filas mínimas de cem pessoas. Pois só hoje, graças à permanência na fila, pude notar o quanto já está disseminada a moda da calça boca de sino. Eu, realmente não fazia idéia. É claro que eu vejo o uso destas calças aqui e ali. Juliana usa discretamente. Mas não poderia imaginar como há gente que usa esta nova velha moda. Pior - veja o que uma fila pode fazer por você - lembrei que nos anos setenta, eu ainda estava no segundo grau, eu próprio tinha algumas destas calças. Entre elas uma em especial, mas não estou certo se devo descrevê-la. Pode estragar a minha imagem circunspecta. Vá lá. A calça era vermelha. Não, não é só isto, ela na realidade tinhas listras vermelhas e brancas e, naturalmente, a tal boca de sino. Não muito pronunciada. Com uma calça daquelas quem precisa de boca de sino para chamar a atenção? Lembrem, anos setenta, paz e amor. Porque não? Já faz mais de vinte anos, de modo qualquer crime que eu tenha cometido por usá-la já está prescrito.

Na verdade, embora eu tenha todas as desculpas do mundo, estou envergonhado. Eu apagaria esta parte, mas como poderia demonstrar a utilidade dos modernos serviços bancários?


Escrito em 11.01.2000
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