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Cronicas-->RAÇAS -- 10/01/2001 - 13:50 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não sei ao certo a qual raça pertenço. Sangue negro eu tenho, é nítido. Minha avó paterna é filha de portugueses. Meu avó tem mistura indígena, com certeza. Do lado da minha mãe há uma lambança genética. Há negros, italianos e espanhóis. Como em algum momento da História os árabes invadiram e dominaram a Península Ibérica, desconfio que tenho uma porção oriental correndo pelas veias. Pior: meus pais são de Pernambuco e, no século XVII os holandeses invadiram o Brasil! Aqueles olhos azulados da minha avó negra podem ser uma pista... Sou mulato e, de repente, há o risco de parte dos meus ancestrais ser nórdica?...

Escrever sobre este assunto foi uma inspiração ocorrida no último final de semana. Reparei que, na Praia Grande, predomina a cor achocolatada. Os brancos se esforçam para ver a pele escurecer. Há negros querendo tomar o mesmo remédio do Michael Jackson. Os nisseis também querem ver sua cor amarela(?) se transformar em algo diferente. Judeus eu não vi. Nem europeus ou norte americanos. Preferem as praias cariocas e do Nordeste, com toda razão. Enquanto apreciava aquele pedaço do Atlàntico, notei que havia algo em comum. Brancos, negros e amarelos ocupavam o mesmo lugar. Com uma rusga ou outra, por causa de uma bola desgovernada, todos dividiam a mesma areia. Senti-me irritado por não fazer parte de nenhuma daquelas raças. Envergonhei-me de ser fruto de uma suruba universal. Como disse, não dá para definir antropologicamente o que sou. Mas continuei apreciando o mar. Bateu-me então uma dúvida: Deus é negro, branco, mouro, amarelo ou eslováquio? "Tá certo que ele é Todo-Poderoso e que pode assumir qualquer face quando bem entender!" - conformei-me. A merda do pensamento humano é que uma coisa sempre leva a outra. "Será que Deus existe mesmo?" Se existe, por que teve essa idéia maluca de repuxar os olhos de uns e escurecer a pele de outros? Esse momento raro de filosofia se esfacelou ao ver uma japonesa jeitosinha desfilar seu corpo jovem pelas areias escuras de "Long Beach". "Japonesas não têm peito! - sempre afirmou meu amigo Roberval. Têm ovos fritos implantados na região do tórax!" Ah, se o Roberval visse os peitões eretos daquela japonesinha...

O problema do preconceito racial ou étnico reside basicamente na generalização. "Brasileiro é isso, argentino é aquilo e os europeus aquilo outro". E vai-se girando o mundo sem que alguém dê uma explicação lógica para as diferenças físicas, psicológicas e comportamentais das diversas raças desse planeta complicado. Conheci há pouco tempo um judeu ortodoxo. Ele não pode pegar a mão de uma mulher. A religião não permite. Quis lhe perguntar porque seus ancestrais tinham mais de uma esposa, mas acabei deixando pra lá. Cada um com as suas manias e convicções - concluí. Não tenho uma raça específica. Mistura daqui, mistura dali e vim para o mundo nesse país mestiço - embora as agências de publicidade insistam em convencer os consumidores que somos parentes próximos dos vikings, tamanha é a quantidade de modelos loiras na TV. Não sou branco, nem preto, tampouco amarelo. Sou brasileiro, é o que sei.
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