Nessa naufragada decadente
De uma nostalgia impetuosa
Me lembro do mito quer eu não fui
Da estrela que eu não era.
Me pego lembrando da vida
Da saudade que não vou ser pra ninguém
Dos sinos da cova imunda
Que espera asfixiar outrem.
Fiquei áspero e triste
Numa dor que percebe e consiste
Que não me deixa saudável
Talvez um soco covarde
Abranda esta cena miserável.
Um filme manchado antigo
Uma luz amarela deslumbrante
Percepção rara e bruxuleante
Que faz de mim um fracasso.
Tomba em mim um desespero bonito
Que minha missão de guardar, um prazer
Escara abrupta e necessária
Poque por mais que te disse meias verdades
Profano diante de ti me torno
E que de ambas as partes
Que de mim parte a face
Me levo contigo contido
Do caótico e linfático amor
Que prende ao querer as estrelas.
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