O JOÃO-DE-BARRO
Poeta Andarilho
O joão-de-barro erigiu linda morada,
A fim de conquistar u’a companheira.
A escolhida se exibiu muito faceira,
Ao estilo de uma fêmea desejada.
Quanto mourejo e quanta canseira,
Para o mestre de obras, tal jornada,
Sendo este o preço para ter sua amada,
Herói a superar qualquer barreira!
Mas um terceiro – dito intrometido,
Fez do obreiro infeliz traído,
Por quem só cultivou a ingratidão!
A Natureza não sói cancelar pena,
E a traidora aceitou sair de cena,
Morrendo ali na casa, que virou prisão!
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