Atrocidade*
Não mais canta o galo,
Desejam rifá-lo
Numa triste rinha.
Vê poucos os dias:
Tu nem lhe alivias
Falta da galinha!
São seres humanos
Os homens, profanos,
Que o ferem sem dó?
Sem nenhuma resposta
Pergunta que aposta
Em seu fim: o pó!
Fúria desmedida
Extingue-lhe a vida
Com todo o prazer;
Não permite vivo
Pobre e inofensivo
Que pensa em viver.
É assim, amigos,
(Desde os mais antigos!)
Cavam-lhe o buraco.
Plena de covardia,
Brandos desafia
E mata o mais fraco.
Não canta mais o galo;
Querem, pois, matá-lo
Sem explicação!
Alguns seres bravos
Subjugam escravos
E impunes estão...
* Brasília, DF, 15/02/2021.
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