Usina de Letras
Usina de Letras
167 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62269 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10379)

Erótico (13571)

Frases (50658)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4776)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6204)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Carta de vida e morte -- 12/04/2004 - 14:26 (Isaias Zuza Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Escrever uma carta é coisa para ser difícil aos olhos, e mais, aos entenderes de quem não se ama, outro, objeto não, vidro não, madeira, pedaço de plástico – boneca – e nada, mas sere, alguma coisa que vive não no ritmo dissoluto dos homens, mas na freqüência do vento, velocidade das setas, das curvas, das retas, bicho da seda criando asas no nome e no viver, modo de fazer a tessitura do que vêem os olhos, e na conseqüência dos atos recriar a vida num poema, que não é de amor, que não para deixar recado, não é para contar histórias, falar de mim, edeixar pistas sobre ti. Tudo que faço é escrever da morte um puco, escrever dos sentires, quase nada, do que nasce o mundo divagares, e procurar entender a natureza das formigas trafegando seu trabalho no meio da terra como quem saber da fúria dos homens há muitos. Chuva, terremoto, tristeza e solidão.
Quem saberá de entender os afazeres humanos? quando conseguirá unir o jeito à forma e permanecer conteúdo deuma beleza de mesma essência como é a mulher amada. Os homens mudam, mas continuam amando suas forças. Toda força da terra. A morte é o que desejamos. E não há morte que não valha a pena se não for a de morrer de amor. A força, trovão e raio de um homem é sua mulher. Quando há um encontro entre os bichos que são da terra, há então a morte.
Procurar já não é mais feito, tudo que se faz aos olhos, e corações dos homens, é de cegar, bater e partir. Quem fica nunca é a luz da lentidão, o raio da fúria, o círculo de fogo, a bola que faz girar o mundo. O mundo de quem se dá em amor.
Até quando essa ciência de Deus gritará paciência em nossas almas? Até quando a ciência dos homens, a procura por exatidão, por viagem calculada aos metros, e muitos, e se chegar ao final, questões que só a morte ou a reinvenção da vida pode contar à saga humana de morrer amando?
Eu morro aos poucos, todos que são do mundo dos vivos, os que se levantam e procuram, morrem lentamente. Não há gesto que não contenha morte. Eu sigo meu caminho ao desenho de giz de cera, ao primeiro amor, um encontro com que quisermos chamarmos de Deus, espaço de criação, lugar onde tudo começou.
Assim, morro por ti, amor de todos meus amores, morte de nunca mais viver, minha única esperança de me separar de Deus. A vida eterna é coisa para os que não sabem da mulher a morte devagar. Deus quer que eu viva pra sempre, mas eu quero morrer, gota a gota correr, meu desejo é tombar sem vida e te esquecer, que se te encontrar algum outro dia, após a morte, então será para sempre, então não será amor. Todos os olhos são de fazer parar o tempo, para sempre; todas as mãos, e toques, é que denunciam o querer, a palavra que não cessa, alguma mais de corpo e de amor que não se diz, mas se perpetua em gerações. Isso é a eternidade entre um homem e uma mulher. Eu só quero nunca mais lhe ver. Eu só quero, de olhos cegos, estar contigo, amor eterno, Vanessa.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui