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Artigos-->Lembrar é preciso - 12 -- 14/05/2001 - 12:25 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Alguns navegantes de Usina de Letras me perguntam por que, na série de artigos que tenho publicado - "Lembrar é preciso" - não são lembradas vítimas da esquerda na recente história do Brasil. Simplesmente porque nomes como os do jornalista Vladimir Herzog, do operário Fiel Filho e outros menos famosos já têm extensos artigos publicados todos os anos em vários jornais e revistas, ocasiões em que são exumadas essas pessoas até a última gota de sangue. Não há necessidade, pois, de lembrar o que todos já estão carecas de saber. Eu apenas apresento um complemento daquilo que também deveria ser apresentado à população, mas que não é feito devido à má-fé da esquerda. Como toda a mídia brasileira é controlada pela esquerda, passando pelos principais jornais, pelas revistas, por organizações culturais, acabando na "TV Lumumba" (TV Cultura), esta, a esquerda, espertamente espalha o que lhe rende dividendos e esconde o que lhe causa desconforto. É a máxima de Ricúpero: "O que é bom a gente alardeia, o que é ruim a gente esconde".



Assim, atualmente os brasileiros - especialmente os mais jovens -, ao invés de aprenderem a História recente do Brasil, estão apenas aprendendo "mitologia do Brasil". Ao lado de Lampião, Corisco, Antônio Conselheiro, hoje aparecem nos livros didáticos nomes como Prestes, Lamarca, Marighela para a idolatria socialista de nossa meninada. Nas universidades não é diferente, e o professor que não seguir a dialética marxista-gramsciana é logo denunciado pelos atalaias do socialismo como um sujeito retrógrado, andando na contracorrente da história, quem sabe a mando da CIA.



Que o Brasil precisa de uma revolução, eu até aceito. O salário que a maioria da população recebe é de escravos. Essa parcela da população, obviamente, não possui nenhum tipo de cidadania. Nosso país consegue a proeza de ter os produtos mais caros do mundo, pagando salários, não de terceiro, mas de quinto mundo.



Depois do desastre econômico que nos brindou o Governo FHC, aumentando a dívida interna de 80 para 500 bilhões de reais, ao mesmo tempo em que retrocedemos no PIB de 8º para 12º lugar, o que mais nos espera? É nisso que dá quando um sociólogo marxista assume o poder, sem nunca ter estudado e aprendido as leis que regem o mercado. Privatizaram tudo e o dinheiro foi utilizado apenas para pagar parte das altas dívidas contraídas para sustentar o Plano Real e a reeleição de FHC. O reparo desse descalabro, com certeza, não poderá vir dos radicais que ontem, como hoje, defendem o socialismo para nosso país. Não deu certo em nenhum lugar do mundo, por que aqui daria certo?



A solução não pode ser o que pretendem, por exemplo, os líderes do MST e muitos militantes socialistas, que desejam para nosso país a desgraça implantada na Coréia do Norte e em Cuba. E não venham dizer que o comunismo morreu. O que se viu no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em janeiro deste ano, foi o ponta-pé inicial do que poderá se tornar a V Internacional Comunista. Basta ver as imagens captadas do evento, com loas e loas a Cuba e à Coréia do Norte. Basta rever o discurso de um integrante das FARC, na mesma ocasião, pregando abertamente a revolução comunista, com aplausos frenéticos de uma platéia numerosa.



Há esquerdistas e esquerdistas. Nomes como os de Mário Covas e Ulisses Guimarães não podem ser misturados com os do PC do B, do PSTU ou do POC.



Os primeiros pregavam o retorno à democracia. Os últimos pregam o retorno à barbárie comunista, o que brasileiro nenhum, em sua maioria cristã por formação, poderá aceitar. Os primeiros eram democratas autênticos, os últimos são apenas os mesmos totalitários que ontem tentaram implantar em nosso país a desgraça da peste vermelha.



Há usineiros esquerdistas e usineiros esquerdistas. Compete apenas a você, se for um esquerdista, definir-se se pertence ao primeiro grupo, ou se está entalado até o estômago o que prega o último grupo. Milho ou feijão - diria Carlos Chagas -, façam suas escolhas. Não fiquem, como os tucanos, em cima do muro.



Abaixo, transcrevo um artigo do filósofo, jornalista e escritor Olavo de Carvalho, que dispensa apresentações, por ser íntimo dos esquerdistas... pois já foi um deles.



Nesses tempos de mentiras, sempre e sempre, lembrar é preciso.



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"Mentiras que rendem



Olavo de Carvalho



A noção geral consagrada que se transmite nos livros acadêmicos e na mídia sobre o golpe de 1964 não passa de uma gigantesca operação de despistamento, calculada para enfatizar uma duvidosa ingerência americana de modo a ocultar das atenções populares a mais que provada intromissão do bloco soviético nos conflitos nacionais da época. Criação de ativistas que mal escondem seu comprometimento político, ela é obra de pura propaganda destinada a inculcar no público, em consonância com a orientação geral da desinformação comunista, a impressão tácita de que a Guerra Fria não se travou entre os EUA e as potências comunistas, mas entre os EUA e heróicos movimentos nacionalistas do Terceiro Mundo. Digo "impressão tácita" porque, admitida em voz alta, essa premissa se autodesmascararia no ato; por isto é preciso disfarçá-la sob mil e uma conclusões que se tiram dela sem declará-la.



A prova mais patente da falsificação é o contraste entre o número de conjeturas que circulam sobre a ação local da CIA nesse período, fundadas em indícios circunstanciais sem uma só prova documental ou testemunhal, e a omissão completa e sistemática de referências à dos serviços secretos comunistas, malgrado a profusão de documentos que a confirmam.



Quantos livros, artigos, reportagens e entrevistas circulam sobre "a CIA no Brasil"? Milhares. Quantos sobre "a KGB no Brasil"? Nenhum.



Numa década em que a abertura dos arquivos soviéticos vem comprovando a veracidade de praticamente tudo o que a velha esquerda estigmatizava como "mentiras imperialistas", o desinteresse dos historiadores brasileiros por averiguar essa parte suja da história revela sua compulsão de varrer para baixo do tapete os fatos politicamente inconvenientes.



Entre esses fatos, a simples confissão do espião theco Ladislav Bittman de que em 1964 o serviço secreto de seu país tinha na sua folha de pagamento um pequeno exército de jornalistas brasileiros e controlava um jornal inteiro já bastaria para derrubar toda a mitologia consagrada. Esta só permanece de pé porque os perdedores se tornaram retroativamente vencedores através da manipulação da história.



Mas a nova hegemonia esquerdista que possibilitou esse estado de coisas não é fenômeno exclusivamente brasileiro. Em 1997 David Horowitz observava: "A situação nas universidades era espantosa. Os marxistas e socialistas que tinham sido refutados pelos acontecimentos históricos eram agora o establishment oficial do mundo acadêmico. O marxismo tinha produzido os mais sangrentos e opressivos regimes da história humana — mas, após sua queda, havia mais marxistas no corpo docente das universidades americanas do que em todo o antigo bloco comunista."



Idêntica esquisitice nota-se na França, em Portugal, na Itália — na Europa ocidental inteira, com exceção da Inglaterra, onde os intelectuais conservadores fizeram 40 anos atrás sua própria "revolução cultural" (na base, aliás, da pura luta de argumentos e sem recorrer aos truques sujos da "ocupação de espaços", tão caros às almas gramscianas).



Derrotado como regime político-econômico, o socialismo ganhou uma miraculosa sobrevida como mitologia cultural do capitalismo. Dois fatores contribuíram para isso: o prodigioso florescimento da indústria cultural, que deu espaço para a multiplicação sem fim da pseudo-intelectualidade universitária e midiática; e a distribuição de uma parcela considerável das verbas da KGB, privatizadas discretamente logo antes da queda da URSS e espargidas por toda parte como uma bênção urbi et orbi de São Gorbatchov.



Mas, em parte, o fenômeno é inerente à natureza do capitalismo, que prospera industrializando sua própria autoflagelação como uma espécie de vacina anti-socialista. O comércio de mitos esquerdistas pode coexistir indefinidamente com o crescimento do capitalismo porque vicia as classes letradas em lucrar com o abuso das liberdades capitalistas. Os beneficiados por esse comércio sabem que ele não sobreviveria um dia ao advento do regime comunista, o qual por isto mesmo se torna tanto mais influente como mito inspirador da produção cultural quanto mais a tentação de realizá-lo como proposta econômica vai desaparecendo do horizonte visível. A força dos mitos, afinal, depende precisamente de que ninguém os submeta ao teste da prática.



Assim, o socialismo perdeu toda substância própria ao tornar-se puro ódio fingido ao capitalismo que o alimenta. Nenhuma profissão, hoje, tem futuro garantido como a de intelectual de esquerda: quanto mais você ganha dinheiro, fama e autoridade moral falando mal do capitalismo, mais está livre do risco de que a ditadura do proletariado venha tirá-lo do seu confortável patamar de classe média ascendente. Se Marx exagerou ao dizer que as bases econômicas da vida determinam a consciência dos homens, é verdade que elas determinam a de alguns. Principalmente a desse tipo de intelectuais: não é de espantar que indivíduos cuja subsistência profissional depende de uma farsa sejam também mentirosos, compulsivamente, no conteúdo daquilo que dizem e escrevem.



A todos aqueles que, lutando contra a ditadura militar brasileira, foram pedir ajuda e inspiração ao governo de Fidel Castro, prometo solenemente jamais voltar a escrever uma só palavra contra o socialismo se vocês me provarem as seguintes coisas: 1. Que em Cuba havia mais liberdade de imprensa que no Brasil. 2. Que em Cuba havia menos prisioneiros políticos que no Brasil (se vocês não quiserem, não precisam nem mesmo levar em conta a diferença de população dos dois países; contento-me com números absolutos). 3. Que em Cuba havia um partido de oposição funcionando com a liberdade, mesmo limitada, do MDB. 4. Que a ditadura militar brasileira matou mais gente que a ditadura cubana (novamente, aceito números absolutos). Se vocês me provarem essas coisas, prometo inscrever-me no PT e tornar-me o mais devotado dos seus militantes. Se não provarem, terei todo o direito e até o dever de continuar julgando que vocês são uns embrulhões e mentirosos; que vocês não lutavam pela democracia coisíssima nenhuma e que tudo o que vocês queriam era fazer aqui o que Fidel Castro fez em Cuba, com a única diferença de que vocês próprios estariam no papel de Fidel Castro."





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