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Artigos-->FALHAS NA COMUNICAÇÃO E ALGUMAS P ATOLOGIAS DECORRENTES -- 23/02/2003 - 12:47 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FALHAS NA COMUNICAÇÃO E ALGUMAS PATOLOGIAS DECORRENTES



A característica dominante do emblema, símbolo sintético que contém muitas informações, é fugir da palavra ou frase, a escrita por extenso. Frase já é grupo de símbolos( palavras ), por sua vez também compostas de símbolos ( letras ) de fugazes vibrações sonoras. E tudo isso sujeito a um código de origem empírica e lastrado com a inevitável imprecisão semântica , especialmente a deterioração do significado que as vezes se decompõe através de gerações Exemplo: certos grupos criam um jeito especial de ser que envolve gestos, forma de se vestir, palavras, valores sobre a vida, concepções que envolvem uma visão de modelo de homem e sociedade que é emblemática .Um exemplo bem específico do comportamento emblemático é a moda criada por adolescentes... Muito têm a dizer, mas não sabem como. Ultimamente, a moda da tatuagem é um dos emblemas juvenis que os destaca e distingue como grupo, reforçando o conceito de identidade , embutida em tantos outros tipos de comportamentos.

A citação de Weil e Tompakow é pertinente:" As línguas modernas especialmente a língua inglesa, cresceram após a Revolução Industrial de trinta mil para setenta mil palavras, em média. Noventa por cento dos neologismos referem-se a termos técnicos e à formação de conceitos

científicos ou corporativos".

Paralelamente a esse crescimento de termos e palavras, pouquíssimos foram aqueles acrescentados ao conhecimento da natureza humana e à complexidade do seu psiquismo que envolve emoções, espiritualidade, palavras e expressões que intermediam as relações de um cotidiano vivido na particularidade maior do que é ser "humano". Pouco se entendeu ou se acrescentou ao conhecimento da humanidade , com o crescimento das línguas.

Freud continua a ser o grande mestre, normalmente citado, raras vezes lido e compreendido.

Só para citar um exemplo, Piaget, psicólogo suíço detectou que a criança aos quatro anos de idade sofre uma crise de identidade, semelhante à crise da adolescência. No período dos dois aos quatro anos a criança adquire um vocabulário que passa de uma média de duzentos a quatrocentas palavras para três mil a três mil e quinhentas palavras e expressões, que serão aquelas que iremos lidar no nosso cotidiano para nos relacionarmos interpessoalmente pelo resto de nossas vidas.

É a linguagem das emoções e não a do pensamento lógico dedutivo.Esta crescerá com a escolaridade e o nível de atividade na qual o sujeito se inscreve, especialmente quando tem ampla formação acadêmica, livresca.O lugar que irá ocupar no “status quo “ , também tem sua importância aí.

Tanto que os problemas de gagueira, no período citado, enurese e regressões orais, desde que não persistam por um período superior a um ano , são absolutamente normais. A criança tem um intenso trabalho mental no processamento de tantos dados novos..é a primeira crise de stress de desenvolvimento, prevista pelos estudiosos da área.

Tudo isso para dizer que a nossa linguagem evoluiu no século XX com todas as contradições do bem- estar proposto pela ideologia da sociedade industrial, muito mais nos termos que edificam a competitividade e a produção, o que é muito necessário, mas deixou para trás muito do que se poderia saber sobre as emoções e reações humanas.

Daí os comportamentos emblemáticos, crescerem tanto. Parece aceitável, tamanha a sua repetição, que mulheres de classe média digam que curam-se de suas depressões comprando compulsivamente.

A aquisição de bens que nos proporcionam conforto , beleza, etc, é necessária.

A compulsão é perniciosa de qualquer forma , pois um período de ações compulsivas , ou vícios, geralmente são seguidos por sérias crises depressivas onde a inação é o comportamento mais comum.As pessoas passam a ter medo de agir, exatamente porque saíram de uma situação anterior , que os técnicos chama de fase maníaca, onde o excesso de ações compulsivas, impensadas, na tentativa de baixar os níveis de ansiedade, em nada melhoraram suas vidas. Até pelo contrário, costumam deixar seqüelas negativas que vão dos danos materiais aos orgânico- psíquicos.Para quem observa este tipo de comportamento diariamente, como é o meu caso, devido á pratica clinica dentro da psicologia, tais comportamentos seguem uma equação lógica extremamente previsível: compulsão + inação+fobia= um quadro de extrema angústia e medo=depressão com os sintomas que hoje chamamos de síndrome do pânico.

É natural que, com tão pouco conhecimento da natureza humana, tenhamos medo do desconhecido. Ora, o desconhecido somos nós e, consequentemente o próximo com quem nos relacionamos no cotidiano. Decorrem daí, relações impregnadas de barreiras, redomas verdadeiras teias de defesas de raio laser ( para sermos mais modernos) que nos impedem uma comunicação verdadeira e sem subterfúgios nebulosos.

Como são difíceis as verdadeiras relações de solidariedade e amor! Mais fáceis são as relações mitificadas, produtos de uma mídia positivista, onde a idealização e distorção das qualidades e defeitos do nosso próximo, transformam-se em leis complementares das nossas próprias fragilidades: qualquer fragilidade detectada transforma-se em “ o culpado é o outro “.

Isto significa que, ou melhoramos a qualidade de comunicação sobre os nossos fenômenos internos ou estaremos ajudando o que a sociedade já faz tão bem: estagnando a evolução humana, na ignorância do conhecimento de nós mesmos e consequentemente, do nosso próximo, pois o que não conhecemos, normalmente gera medo e agressividade.



Elane Tomich /2002

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