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Poesias-->O Monge Marina -- 18/07/2020 - 22:50 (Jayro Luna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Monge Marina

“E eu não sabia por que nome chamar...” – Grande Sertão: Veredas, G.Rosa

“Cada pecador comete o pecado à sua maneira” Ambrósio, o Monge.

 

História singular, ainda hoje lembrada

Os infortúnios de Marina, que virou santa,

Menina ainda perdeu a mãe, ficou só pelo pai criada,

E já chegando a idade de casar com isso não se encanta,

Mas por que é preciso casar? Ser igual a tantas?

 

“-Mas o que farei com você? Você é mulher!”

Última alegação do pai para tentar demovê-la...

Ledo engano, Marina está decidida, venha o que vier!

Hábito de monge troca e abandona as roupas de Mulher!

E com o pai segue para a vida monástica vivê-la...

Retira-se para ser monge no Qannoubine, como homem vão vê-la!

 

Há que trocar o nome! De Marina vira o Monge Marinho!

Os céus repetem sol e chuva por dez anos...

Morre seu pai e Marinho fica só, asceta, seguindo sozinho...

E a vida no mosteiro persegue sendo seu único cotidiano...

Mas o destino traça-lhe desventuras pelo caminho!

 

Mas um soldado romano, de nome Virgilius,

Uma noite seduziu a filha dum estalajadeiro,

Lá hospedados estavam de viagem a um concílio,

Humildes monges, dentre eles Marinho do mosteiro...

E soldado e moça combinaram ao proibido idílio

Rifar a Marinho a culpa, caso gravidez inoportuna, viesse por certeiro!

 

Há coisa mais traiçoeira que o fado?

Oito semanas depois, a moça conta ao pai que espera um filho

Mente que o pai seja o Monge Marinho, que lá fora hospedado...

E rápido o pai leva a filha às portas do mosteiro a pedir auxílio...

Mal o Abade ouviu a reclamação, exilou Marinho, o monge desonrado...

 

Mais dez anos se passaram, e Marinho em volta vivia

Um monge humilhado, e cuidava do menino como se seu...

Labutava na horta, e ninguém da verdade de seu gênero sabia...

Há, porém, o momento da epifania, e então aconteceu...

E um dia o Abade vendo a penitência que Marinho fazia

Reabriu-lhe a porta do Mosteiro, mas sob duras penas ali viveu...

 

Havia algum trabalho pesado? Era para Marinho, o monge do erro!...

Ocorre que um dia Marinho cai doente e depois de uns dias morreu...

Mestre Abade pediu aos monges cuidar do corpo para o enterro...

E surpresos descobriram que Marinho era Marina que como homem viveu!

Muito angustiados, pediram perdão pelo desterro...

 

Marina-Marinho...Marinho-Marina... Como aconteceu? Quem era?

Uma questão de gênero? Questionava-se o Abade...

Logo milagres foram atribuídos e à sua graça se pusera...

Homem? Mulher? Ele ou Ela? O significado da verdade...

E assim, fica dessa história para mim, o que se pondera...

Resta a ruptura do que se define por identidade...

 

  

 

 

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