EM QUE LÁBIOS
Uma palavra encerra-se
Límpida, ampla e mágica
Como a noite dos amantes é
Verbo das vulcânicas tormentas
Carne em nervoso vento sudoeste
Acontecendo possuída, e quedada
Tal invólucro em convulsão de guerra
Que a vaga em mar revolto traga
Não escolhe, e dá-se esfomeada
Até final do espasmo que esvazia
São olhos que só vêem por dentro agora
E se harmonizam as curvas em doçura
Tateando o nada que se forma em torno
E o mundo se confunde todo
E os braços viram asas
E o silêncio se aprofunda
Quando em gozo tudo some