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Teses_Monologos-->O Buraco de Ozônio -- 02/12/2003 - 22:31 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O BURACO DE OZONIO E MAIS EMBAIXO
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Os jornais dão conta, quase que diariamente. O tempo está ficando cada vez mais maluco. No mundo inteiro. E ninguém se arrisca, ou tem coragem para explicar as causas de tanta confusão na natureza e tantos prejuízos que este fato vem causando. Pelo menos, a principal delas, todos sabemos: o aquecimento do globo terrestre, que é fruto do famoso buraco de ozônio, nosso conhecido de longa data, o efeito estufa.

As secas no Sul do Brasil e as enchentes no Nordeste e em Minas Gerais são cada vez mais freqüentes e mais intensas e já fazem parte do calendário nacional de crises, não cabendo, portanto, a alegação de seu desconhecimento ou de surpresa, para justificar a falta de soluções preventivas.

Nem cabe, de idêntico modo, empurrar o problema por entre as responsabilidades municipais, estaduais e federal. O Brasil, em casos como este, tem mais é que repartir responsabilidades e, de mãos dadas, enfrentar o problema, que é de ordem emergencial e, justamente por isso, não pode esperar.

Vamos seguir o exemplo da Malásia, que abandonou o auxílio e as orientações do FMI, proibiu a retirada de capitais estrangeiros, demitiu o então ministro da economia. Foi tachado de louco, irresponsável e autoritário. Passado o susto inicial, pode baixar as taxas de juros e administrar o câmbio de acordo com a necessidade interna da economia, conforme nos relata o colunista Márcio Cotrim, do Correio Braziliense ,jornal de maior circulação da capital federal.

As autoridades malasias assumiram a autonomia em relação à política econômica. A produção voltou a crescer. Em dois anos, aumentou a entrada de capitais produtivos. E pouca gente comentou a ousadia que deu certo. Por que será?

Já está mais do que na hora de começarmos a resolver nossos problemas internos às nossas custas, por conta própria, e quebrar, de uma vez por todas, a mania de andar com as pernas dos outros. Copiando tudo que vem lá de fora. Como se não soubéssemos, por exemplo, que o que é bom para os EUA, não necessariamente é bom para o Brasil.

Haja vista a prepotência do governo americano ao se recusar a assinar o protocolo de Kioto, comprometendo, dessa maneira, o equilíbrio ecológico de nosso globo, apenas para resguardar interesses de seus fabricantes da chamada “linha branca”. Também, vale lembrar, o abandono dos americanos à Conferência na África do Sul, cuja temática era de fundamental importância para o combate à discriminação racial e ao racismo no mundo.

Isto sem falar nas barreiras de ordem econômica, que prejudicam e colocam em desvantagem nossos produtos de exportação. Muita gente, inclusive na própria América, já evidenciou que falta aos governantes americanos a necessária disponibilidade para o diálogo, para a negociação política, esgotando os meios diplomáticos e não querendo dividir o mundo em duas partes. O mundo dos interesses dos EUA e o mundo dos seus inimigos, aqueles que contrariam tais interesses.

Depois que o bicho papão do comunismo envelheceu, a democracia americana colocou as unhas de fora, unhas, agora se sabe, postiças e afiadas, sempre contra quem ele sentencia como seu inimigo ou desafeto.
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Se o tempo cá no Brasil está esquentando, como de resto no mundo inteiro, todas as causas têm que ser apuradas, rigorosamente. E não adianta tampar o sol com a peneira. O tempo quente da violência em todas as suas facetas, como o terrorismo, os desmatamentos, a poluição, as enchentes, o calor e a seca, o desemprego, o contrabando de armas e de material bélico, de animais em extinção, de madeira, principalmente o mogno, de drogas, de prostituição (infantil e adulta) enfim, tudo tem a ver com a corrupção, com a mentira, com o engodo, com o crime organizado, com a falta de justiça, com interesses escusos, acobertados pela burka de algumas autoridades.

Não é por acaso que, recentemente, agentes de delegacia de crimes contra a fazenda pública, no Estado de Goiás, foram assinados a tiros, dentro do próprio carro. Que ex-dono e mais treze diretores do Banco Nacional foram presos por ordem judicial, no Rio de Janeiro, por gestão fraudulenta, maquiagens de balanços financeiros e divulgação de informações falsas. E o Banco Central, que tanto ajudou o Banco Nacional, com dinheiro do PROER, durante oito anos, tempo que durou a fraude, se quer desconfiou da mesma. Quando descobriu, já era tarde, ficou R$12 bilhões de prejuízo para a Viúva, a União Diante desses números, tem-se vergonha até de falar no bilhão e meio que foi parar na mão de um banqueiro mal gestor. Que está na Itália, foragido, gastando o nosso dinheiro. E o Sistema Financeiro, que seria afetado caso não houvesse dita (ou maldita) ajuda, continua no mesmo lugar, e lucrando como sempre.

Não é por outra razão, acredita-se, que um promotor de justiça foi assassinado em Belo /Horizonte, quando investigava a possibilidade de combinação de preços entre donos de postos de gasolina. E tem a morte do Prefeito Celso Daniel, de outro prefeito do Partido dos Trabalhadores, e tem os resultados das várias comissões parlamentares de inquérito, que ainda não chegaram ao seu término, mas que dão a exata dimensão do crime e do roubo que se praticam neste país, à revelia dos órgãos de supervisão e controle, por conta do clima ameno da impunidade, que tem beneficiado ladrões e mais ladrões de colarinho branco e até de toga, quando não com distintivo de alguma corporação militar ou civil.

Enquanto não se consegue achar o Bin Laden, pelos menos os jornais deveriam dar cobertura semelhante àquela dispensada à guerra do Afeganistão, desta vez cobrindo, amplamente, o caso dos tentáculos do poder econômico junto ao Congresso Americano, por conta da surpreendente falência da ENRON, uma gigante do mercado de energia, que faliu de forma suspeita e que mantinha fortes ligações com o poder nos Estados Unidos, responsável pela maioria das pomposas doações aos políticos americanos, senadores e deputados, inclusive para a campanha do atual presidente Bush.

E o Presidente Bush, pelo menos para salvar as aparências, bem que poderia tomar posição mais clara no sentido de acabar com o terrorismo que está cada vez mais quente, tanto do lado de Israel, como do lado da Palestina, ao invés de ficar, apenas, ameaçando o Iraque. Afinal, o combate ao terrorismo não seria mundial?

Conclusão: o clima só é quente, mesmo, é para quem fica cá em baixo, do outro lado da linha do Equador, enfrentando as enchentes e as quedas de barreiras, cujos desabrigados, mortos e feridos, ficam à mercê da disputa interna entre as três esferas de poder. E quem mais sofre é esta gente que não tem acesso ao mundo dos “Nasdaques” e dos “Dow Jones”. O Buraco de Ozônio é, realmente, bem mais embaixo.


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