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Cartas-->O Fazer e a Ociologia (4) -- 04/04/2004 - 11:53 (Ricardo Barreto Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Recife, 04/07/99.

Caro colega em Ociologia:
Suas colocações são bastante pertinentes, vejo que você captou a essência da questão. Concordo plenamente com tudo que você escreveu.
Também tenho minhas restrições quanto aos Taxistas de uma maneira geral; sempre estão querendo ludibriar os passageiros, julgam-se os melhores motoristas do mundo e, como vivem com a mente ociosa, só pensam besteira, etc. Já me senti ludibriado algumas vezes por isso não os vejo com bons olhos.
Esta questão de trabalhar e produzir é muito interessante.
Como a maior parte da minha vida profissional trabalhei como Técnico de Telecomunicações, nos locais de trabalho havia sempre uma diferenciação entre pessoal administrativo e pessoal técnico.
O pessoal não entendia nem aceitava de bom gosto o fato de os técnicos ganharem o dobro do que eles ganhavam e aparentemente trabalharem a metade do que eles trabalhavam.
Ora, o técnico só trabalha quando tem algum equipamento com defeito ou alguma montagem de novos equipamentos. Se o equipamento está funcionando bem e não há nenhuma modificação a ser feita no sistema, o técnico fica lendo manuais, estudando, conversando. Enquanto o pessoal administrativo sempre tinha serviços de rotina para fazer.
Um médico de plantão numa emergência, se não chegar ninguém precisando de socorro, ela passa o dia todo dormindo. E aí, este médico está produzindo alguma coisa?
Uma pessoa que vigia um lugar qualquer, se nunca ninguém tentar invadir aquele local, ele não tem nada para fazer a maior parte do tempo. Este homem está produzindo alguma coisa?
Ele está produzindo segurança.
Vejamos o caso da barragem de Tapacurá: quatro técnicos trabalhavam na barragem com a responsabilidade de, durante chuvas fortes, controlar a abertura e fechamento das comportas para evitar que as águas da chuva chegassem ao litoral no momento que o mar estivesse com a maré alta evitando assim o transbordamento do rio Capibaribe e a inundação das ruas e casas do Recife.
Durante mais de 10 anos não houve chuvas fortes no Recife que houvesse necessidade de operar as comportas então, no Governo Collor, acharam que esses técnicos estavam ociosos e os colocaram em disponibilidade. Ficaram em casa qanhando metade do salário para não fazer nada. Resultado;
poucos meses depois ocorreu uma chuva forte e, como não havia ninguém para operar as comportas, o Recife sofreu uma inundação cujo prejuízo foi muito maior do que o que se gastaria com os salários dos técnicos durante a vida toda. Sem contar o risco de vida e sofrimento da população.
Como vê, este assunto;
Ócio, Trabalho, Fazer, Produzir dá "muito pano para as mangas".
Estou enviando um recorte de jornal onde Sérgio Guerra, Dep. Fed. pernambucano eleito pelo PSB e agora no PSDB, fala que este negócio de 3ª via não passa de Ócio Intelectual.
Ontem, conversando com uma pós-graduada em Enfermagem, sem que eu tivesse mencionado a palavra ócio ela me disse que os momentos mais produtivos dela eram os momentos de ócio, era quando ela conseguia resolver problemas que não tinha conseguido resolver quando estava trabalhando. Interssante não?
No meu caso, além de técnico sempre trabalhei em Empresa Publica; IAPI (antigo Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários, agora é tudo INSS), Exército e Embratel e pude constatar como "ociam" os funcionários públicos. De cada 10 somente uns 2 ou 3 trabalham e produzem de verdade e são por isso discriminados pelos colegas que fica chamando-os de puxa-saco, dizendo que estão querendo aparecer, etc.
Bom, acho que já podemos começar a catalogar as várias formas de ócio que vamos descobrindo para depois escrever algumas coisa sobre ele, o que você acha?
Ócio mental, intelectual, produtivo, improdutivo, digno, lazer, ociofobia, ociologia.etc.
Por enquanto é só.
Abraços ociológicos:

Ricardo.































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