O artigo de Dom Kless "Neocomunismo melodioso" me fez refletir... Assim como todas as informações que desse jornalista "visionário" posso auferir.
"Não se pode igualar desiguais, porque seria perpetrar violência contra a natureza diferente de cada ser humano..." (Dom Kless)
O sentido do vocábulo "desiguais" já vem no corpo da palavra, através do prefixo latino "DES" (separação, negação).
"Igualar desiguais"
Seria o mesmo que juntar luz e trevas; sol e água...
Um verdadeiro paradoxo linguístico!
E o paradoxo só cabe na linguagem literária para embelezar o texto, dando-lhe um efeito fantástico, como no poema de Garret:
"Este inferno de amar";
ou na simples letra da música de Roberto Carlos:
"Sem você, meu mundo é diferente, minha alegria é triste"...
Poeticamente, fica perfeito...
Mas no sentido real da palavra é absolutamente improvável.
É a diferença entre as partes que faz o encanto do todo.
Num jardim, por exemplo, a multiplicidade de plantas e o seu colorido em contraste é que faz a beleza do lugar.
Alguém perguntaria, então:
- E a famosa frase "Todos são iguais perante a Lei"?
E eu responderia:
- Certamente! Todos somos iguais perante a Lei. Temos os mesmos direitos, sim... Mas há direitos que precisamos conquistar; há posições que dependem do "esforço próprio"... Sem isso não teria graça a vida.
Imaginem se o ser humano nascesse e já tivesse tudo à sua disposição?
Seria ele um mero fantoche; jamais iria progredir, através da luta contínua que a própria ação da vida nos impõe para que possamos crescer, evoluir gradativamente.
É bem verdade. E disso todos sabemos... Que todos os seres humanos são de natureza igual, no que diz respeito às suas necessidades básicas, para "crescerem e se multiplicarem".
Daí para diante, cada ser escolhe seu próprio caminho, defendendo suas idéias e ideais... E é nisto que nos tornamos diferentes.
Se assim não fosse, o Planeta teria somente médicos, pois todos pensariam da mesma forma...
Já imaginaram?
Um mundo cheio de médicos... E os pacientes?
Está claro que, no exemplo dado, mostro-me, de certa forma, "radical". Mas eu quero chegar lá.
Ser "diferente" não é nada pejorativo. É ser livre, dirigir-se para o lado oposto do outro e buscar, da mesma maneira, a felicidade, que é o ideal comum de toda a humanidade.
Sejamos felizes, então... Com todas as diferenças que nos fazem "ÚNICOS"...
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