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Poesias-->VIAGENS PELO MUNDO -- 01/10/2019 - 00:10 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Nossa vida é uma viagem ,

uma expedição de circum-navegação

em uma caravela,

ela passa por muitos oceanos

e tenta provar a esfericidade de algo.

Nossa morte será a chegada a um porto espanhol.

Mas que estranhos animais

nos surgem pelo caminho:

o equilíbrio de nossa fragilidade;

a noção de que o medo se locomove;

o alcance de nossos disfarces

com seus dentes pontiagudos.

Nossa vida descobre esses bichos

e mal os classifica,

pois capturamos um exemplar

para prosseguirmos a viagem,

também uma expedição 

para achar estranhas plantas:

o amor ativo que boia em águas salobras 

e quando aportamos nas primeiras ilhas

a beleza sempre esteve enterrada ali

em todos os lugares,

junto a indefinição do divino

com sua raiz profunda

e o que é passado

agora exposto à luz.   



Essa expedição de circum-navegação

(poderia ser de uma ilha, um continente,

de todo planeta)

é da nossa vida.

A morte é a chegada em um porto espanhol,

embora antes prossigamos vendo estranhos seres:

erros de família

(Um dos irmãos pode viajar ao Egito,

o outro mal paga um ônibus aqui no Brasil.

Talvez seu  porto Espanhol

seja essa penúria).



(Fernão de Magalhães morreu depois de um oceano Pacífico).



Mas prosseguimos e em determinado momento,

surgem outros erros,

culpas,  incertezas

que latem como cachorros

e deixam seus corpos pregados

em nossos cascos.

Esses animais tortos não podiam ser levados

e surgem então

recalques de família

(irmão que alega,

se fosse o contrário,

saberia  tratar o  mais rico,

pois ele não soube o desejo do falecido pai

de conseguir a união dos  filhos

e qualquer espécime seria adequada).



Em nossa viagem de circum-navegação

vemos poucas verdadeiras uniões.

São seres artrópodes, invertebrados,

possuem exoesqueletos rígidos

e vários pares de apêndices

ainda que mal articulados.



Estamos chegando ao Porto espanhol

ou talvez a outra ilha da viagem

(o porto espanhol será uma surpresa)

e encontramos novos animais

ou variantes mal visíveis:

pragas, vermes, sanguessugas

e as enormes bactérias,

homens deitados em macas

tentando nadar contra a maré,

enquanto vemos daqui

estranhos arbustos:

nossos pecados

agora fincados nas docas.





Do livro: As sondas espaciais amam



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