Garimpeiro*
A imagem que se forma na retina Engana o garimpeiro. Na bateia, O grão que tanto almeja não clareia, Enquanto a espera ilude e não termina.
Há muito sonda, fura e explora a mina. Involuntariamente cambaleia No regato, porém o instiga a veia De minerar, que revigora e ensina.
Cava a terra pensando noutra vida. Sonha dinheiro, amor, saúde. Por instante, Enxuga o suor da face umedecida.
A pedra oculta-se em fugir constante, Mas ele empreende guerra desmedida E se empenha na busca do diamante.
* Saldunes, 2ª edição. Campinas (SP): Editora Komedi, 2006, p. 51. Brasília, DF, 14/07/2004. Na p. 23 de "Brasil Literário 2011", Caxias do Sul (RS).
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