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Vejo a imagem no pensamento,
Quero mantê-la viva e nítida,
Recorro a ela nesse momento,
E ao enxergá-la fico lívida.
Procurei-a minha vida inteira,
Como se fosse a única protetora,
Loucuras perpassavam ligeiras,
E nada havia de real e duradouro.
Persegui-a sem tréguas pelo caminho,
Em longas e exaustivas caminhadas,
Com esperança, e muito carinho,
E nunca consegui aquela acolhida.
Mantive-a sempre em meu coração,
Aquecendo-a com extrema suavidade,
Não conseguindo vencer a emoção,
E ainda assim não conseguia liberdade.
Ela me confortava nas horas de dor,
Em instantes de luz se alegrava,
Eu sentia doce o perfume de flor
E parecia que ao mundo me ofertava.
Tudo isso apenas em minha alma,
Porque estava tão escondida,
Que nem nas ocasiões de calma,
Conseguia vislumbrá-la com vida.
Consigo preservá-la enfim,
De qualquer eventual mudança,
Daqui sinto-a dentro de mim,
Enquanto a saudade avança.
Agora não é mais imagem,
Extasiada sinto sua presença,
Por vezes penso em miragem,
Mas acredito em minha crença.
Vânia Moreira Diniz
21-05-2001
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