OS IMPROVISOS DO PRESIDENTE
(Por Domingos Oliveira M edeiros)
Os assessores mais próximos de LULA deveriam deixar de lado o excesso de bajulação - provavelmente no pressuposto de tentar manter em alta o ego de Sua Excelência -, e alerta-lo sobre os perigos decorrentes do improviso e do excesso de discursos. A imprensa, há tempos, já notou e registrou algumas “pérolas” do nosso presidente.
No Fórum Social, em Porto Alegre, referindo-se ao atual presidente da Argentina, trocou seu nome pelo de Menem que faz tempo deixou o governo. Em outra oportunidade, em suas famosas “aulas” e “conselhos” regados à metáforas e auto-elogios, de gosto duvidoso, chegou a afirmar que a Bolívia não fazia fronteira com o Brasil.
Não se trata de nenhum preconceito, mas, tão-somente, de enfatizar falhas e acidentes de percurso a que estão sujeitas qualquer pessoa, principalmente no calor das emoções. Todavia, em se tratando do nosso mandatário maior, seus auxiliares deveriam cuidar melhor da preservação de sua imagem perante a opinião pública.
Do contrário, ficará cada vez mais difícil o presidente convencer a todos de que o país e o seu governo estão no rumo certo. Como dizia FHC. E é aí que os chargistas de plantão aproveitam para explorar, com humor, estas falhas.
Agora mesmo, lembrei-me de que o nosso presidente, apesar de dizer o contrário, vive empurrando o Fome Zero com a barriga, que deveria, aliás, chamar-se, Meu Primeiro Almoço, já que o Primeiro Emprego não deu em nada.
E, em Davos, na Suíça, onde acontece a reunião dos países mais prósperos do mundo, o Lula, que lá chegou com o seu poderoso avião, ao discursar sobre a temática da fome, correrá o risco de ouvir da rica platéia o conhecido estribilho cantado pelo Zeca Pagodinho: “tem gente que vive chorando de barriga cheia”.
29 de janeiro de 2005
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