Usina de Letras
Usina de Letras
139 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13569)

Frases (50607)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Vizinho assassino. -- 19/02/2003 - 22:35 (Douglas Lara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Vizinho assassino.



O distribuidor de livros Pedro, de 28 anos, levou dois tiros ao reagir a um seqüestro relâmpago no fim da tarde desta terça-feira, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Ministro Rocha Azevedo. O assaltante, Júlio, de 26 anos, acabou dominado e agredido por populares, sendo autuado em flagrante, no 4º Distrito Policial.



Pedro morava na rua Guaraiuva, uma travessa da Rua Texas, no Brookin Paulista. A Hípica Paulista, fica nessa mesma rua, sendo ela paralela a avenida Santo Amaro. Júlio morava na Texas um pouco abaixo da Guaraiuva.



Pedro trabalhava numa distribuidora de livros, começava cedo e tinha muitos sonhos e alguns deles estavam justamente nos livros que transportava. Esforçado, porém sem muito tempo livre, Pedro costuma ler apenas material didático, visto que além do trabalho se dedicava aos estudos. Fazia cursinho pré-vestibular e tinha como objetivo, ter sua banca de advogado. Atualmente estava entusiasmado com uma nova associação feita com uma editora de Curitiba, que estava promovendo a venda de livros técnicos de administração em São Paulo. O livro do momento tinha como título O drama da liderança . Tinha folheado um dos exemplares, um dia após o almoço, naqueles quinze minutos que tinha entre um café de restaurante de bairro e a próxima entrega. Tinha saído antes das seis da manhã, para tomar as conduções necessárias, ônibus e metrô, para só então começar o seu trabalho na distribuição. Palavras como liderança, motivação, marketing nada tinham a ver com ele. Sabia que um dia iria conhecer tudo, no momento tinha mais é que trabalhar e bastante pois era quem mantinha a casa. Antes de sair apressadamente, vestido com a roupa muito bem lavada e passada pela mãe, tomou café e deu um beijo na genitora.



Júlio e Pedro, apesar de morarem próximos um do outro, não se conheciam. Júlio com os pais e estava desempregado. Saiu de casa, por volta das nove da manhã, alegando que iria procurar emprego. Sempre dizia para a mãe que não adiantava sair de casa muito cedo pois o preenchimento de "fichas e entrevistas sempre acontecia depois das dez horas da manhã. A mãe como sempre aconselhou Júlio a não perder tempo com más companhias (ela vinha se preocupando com alguns novos amigos e jovens que vieram morar no bairro, que para ela eram más companhias, só que não podia falar que Júlio ficava enfurecido com a mãe em dar palpite na vida dele) e trilhar o caminho das boas pessoas. Não deixar de estudar, em hipótese alguma.



Pedro, junto com dois funcionários, tinha acabado de visitar uma editora de livros no bairro da Bela Vista. Quando colocava os exemplares numa perua Corsa, foi dominado por Júlio, que também entrou no veículo e ordenou que o grupo seguisse em direção à Paulista, onde pretendia sacar dinheiro em caixas eletrônicos.



As vítimas chegaram a entregar os cartões bancários ao ladrão, mas, durante uma parada no semáforo, Pedro reagiu e tentou tomar a arma de Júlio, que atirou contra ele. O distribuidor de livros foi atingido duas vezes no peito, provocando o desespero dos colegas.



O agressor aproveitou a confusão para tentar escapar a pé, mas foi impedido por pessoas que assistiram à cena. Ele chegou a apanhar e só não foi linchado por interferência de policiais militares que o conduziram até a delegacia.



O revólver calibre 38 usado no crime, com quatro cápsulas deflagradas, também foi apreendido. Pedro foi encaminhado ao Hospital das Clínicas e às 22 horas ainda estava na sala de cirurgia. Seu estado de saúde era considerado muito grave.



Pedro não sabia porém que era vizinho de Júlio, poderiam ter sido até amigos, porém o caminho do destino os colocou em lados diferentes.



Douglas Lara

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui