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Poesias-->CIDA PIUSSI -- 30/05/2019 - 08:57 (Cida Piussi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Tantos anos.

Teutônia da minha infância.

Terra de terra, onde o  vermelho do solo e a poeira

enchiam e preenchiam minhas noites e dias.


Tempo de alegria.

Tempo de alergia.

Tempo de viver o que dava e o que podia.


Anos viçosos.

Anos gloriosos.

Anos de graça,onde, na igreja, de vestido branco

engomado, via o meu príncipe encantado...

E, encantada, desviava os olhos;

Quando, de repente,

inesquecivelmente,

o verde intrigante encontrava a minha ansiedade.


Infância de verde,

de azul,

de amarelo,

de preto.


Preto?


O preto, da dor sentida no último sopro de vida

do meu anjo particular, meu adorado irmão.

Dor que nenhuma criança deveria enfrentar.


Tempo de infância,

de tropeços,

traquinagens.


- "Guri de vestido?"

Que fazer se meu cabelo foi raspado e só usava vestido?


Tempo de descobrir,

de imitar,

de" substituir" mamãe

em sala de aula. 


Tempo de acordar.

Na madrugada ouvir meu pai apontando o céu:

- Minha filha, olhe, lá em cima, não é estrela.

É o " sputnik" dos russos,

é a estrela cadente,

é o Cruzeiro do Sul...


Tempo de correr,

virar cambalhotas nos cinamomos,

desafiar as cercas de arame.


Tempo de ganhar.

Tempo de aprender.

Tempo de dividir.

Tempo de receber todas as marcas e feridas.


Tempo de pouco tempo,

de um longo tempo

que, há muito tempo,

o tempo levou.


Tempo de recordar.

Hoje.

Tempo, de ter  certeza,

que o melhor tempo é o curto tempo

de felicidade

que eu puder ter.

Não importa o momento,

não importa o tempo.

O breve instante de luz

que, em qualquer tempo

deste tempo,

vivi.


Quem sou eu?

Que sou eu?

Que sei eu?


Sou o início de tudo,

o meio de todos,

o fim de nada? 


Sou a ideia de Deus,

o trabalho do homem,

o resultado de uma longa jornada?


Sou o início de algo que não se definiu...



CIDA PIUSSI- 199...


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