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cronicas-->CRÓNICA AUTOBIOGRÁFICA - II -- 07/06/2007 - 21:36 (José Virgolino de Alencar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Crónica de Uma Trajetória Vitoriosa - II

Nesta manhã de domingo, estou aqui com a mão no teclado, contemplando, do meu apartamento no nono andar em Tambaú, a ponta do Cabo Branco, de onde vejo o Sol nascer primeiro nas Américas. A floresta de concreto formada pelos espigões na Orla, que vai do Cabo Branco ao Bessa, atrapalha a bela visão do mar, manso, um dia verde, outro azul, mas não impede de, entre as frestas, ver e sentir a magia do Oceano Atlàntico, sabendo que nessa linha do horizonte, ali do outro lado, está a África, onde as raízes de nossos antepassados estão plantadas.

São muitas as boas coisas que me vêm à mente, as manhãs de sol, o banho de mar, a cerveja geladinha, as garotas nos seus biquínis provocantes, os namorados trocando juras de amor, outros discutindo o amor, a paixão, a relação de imantada atração carnal que, oh paradoxo, vez por outra transforma-se em ódio, tragédia, como às vezes em comédia.

Mas o que bate forte em mim, em flash back, é a lembrança de outro distante, no tempo e no espaço, panorama que de minha casa admirava, me emocionava, mas, na verdade, pedia a Deus para alçar outros vóos mais fascinantes para a vida. Esse panorama era uma casinha pequena, no Sítio Caiçara, no Município de Piancó, às margens do Rio do mesmo nome, um rio seco, no Sertão árido da Paraíba. Desejava sair, buscar outras paragens. Contudo, meu pai, arraigado e telúrico, daquela terrinha não queria se afastar. A agricultura era sua paixão, seu meio de vida, o sustento da família, pensava então ele "o que aspirar mais?","aqui estou realizado".

Quando eu e minhas irmãs chegamos à idade de estudar, o velho acordou para a realidade, lembrou de nosso futuro, que precisávamos de escola que lá no sítio não tinha. Tomou a decisão de mudar-se para a cidade de Piancó, considerada a rainha do Vale do Rio Piancó, pois polarizava uma região composta por uma dezena de distritos e alguns municípios. Pequena, mas para nós um mundo novo, um grande mundo. Começando a estudar, a descobrir os livros, meu caminho de vida começou a ser desenhado e a abrir as oportunidades que me lavariam a alçar os sonhados vóos que me fizeram aportar aqui nesse nono andar de um prédio na Praia de Tambaú, diante desse cenário que não fica a dever a qualquer cenário europeu ou de qualquer continente.

Para aqui chegar, foi longa a jornada, tive que ralar muito por essa cidade de João Pessoa. Começando pela minha primeira morada num quarto alugado numa casa em frente ao cemitério Boa Sentença, sendo comensal da casa do estudante, buscando trabalho para ajudar nos estudos, lentamente fui abrindo picadas, picadas logo alargadas em estradas mesmo esburacadas e, aos poucos, fui conquistando meus espaços.

Passei pelo Lyceu Paraibano, onde, para entrar, fiz um verdadeiro vestibular, porque as vagas eram poucas e a demanda era grande. Concluí o curso científico, o superior, pós-graduações, especializações, ao mesmo tempo em que lia, lia muito, um vastíssimo leque da cultura e da arte universal.

Em termos de trabalho, entrei na Secretaria das Finanças, aos 17 anos, como uma espécie de Office Boy, passando, após a maioridade, para o quadro funcional e, por concurso público, fui admitido no cargo de Agente Fiscal.

Ensinei durante 10 anos em colégios particulares, Colégio das Neves, Underwood, Pio XII, como em Cursinhos preparatórios. Em 1978, por concurso, fui nomeado professor da Universidade Federal da Paraíba, onde ensinei por 25 anos, estando hoje aposentado, como também já me aposentei do cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual. Aposentei-me, mas não me afastei da Fazenda, porque fui convidado e contratado como Consultor, continuando em atividade na atual Secretaria da Receita, desmembrada da Secretaria das Finanças.

Com um casal de filhos, a princesa Thália Karenina Macedo de Alencar, Arquiteta, casada, o guapo Leopoldo José Macedo de Alencar, estudante de Nutrologia e noivo, com minha esposa, D. Maria Ida Macedo de Alencar, funcionária concursada do Estado e agora aposentada, curto a vida que me conduziu a essa situação, conquistada com esforço, de ter o privilégio de contemplar, todas as manhãs, o pontal do Cabo Branco, dando diariamente um abraço no Sol.

O clima me faz receber a inspiração dessa natureza fascinante da Praia de Tambaú, escrever meus textos diante dessa maravilha, e partir para o batente onde continuo na atividade de produzir textos sobre as matérias administrativas, orçamentárias, financeiras, contabilidade, auditoria, economia, direito fiscal e tributário, com uma média situada entre 10 e 15 laudas diárias, fora as cronicas, ensaios, artigos e comentários particulares, sobre arte, cultura, literatura, poesia popular ou erudita, filosofia, teologia, cinema, esportes, humor, política, campo em que adoro uma polêmica e o seu contraditório jogo de idéias.

Faço ainda um trabalho na Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora e no Santuário da Mãe Rainha, no Bessa, integrando o movimento Encontro de Casais com Cristo-ECC, as Pastorais da Família e o Grupo de Canto, componho músicas com temas sacros, falando de fé, de paz, de liberdade, de fraternidade, de igualdade, como de lamentações sobre a safadeza, a corrupção, a bandalheira, a burrice, sendo tremendamente ranzinza com a idiotice e a imbecilidade, parta de onde partir, mesmo da própria Igreja.

E ainda dedico tempo para curtir a vida social e de lazer, junto com a família e um círculo de amigos, por todo o país, já que tenho esse outro privilégio de ter parentes do extremo Norte ao extremo Sul do Brasil. E a minha atividade profissional também permitiu formar grupos de amigos espalhados por todo o país. Agora, com a Internet, tendo páginas próprias e fazendo parte de vários sites, vivo, daqui do meu nono andar, ligado no mundo, com mais um círculo de amigos virtuais. É certo, como ser humano, construí um grande círculo de inimigos, no trabalho, no campo social, na imprensa, na rede virtual, porque, na vida, uma coisa eu não renuncio em favor de ninguém: atitude, firmeza, ainda que às vezes bata com a cara na parede, mas não recuo, não cedo nas minhas opiniões, primordialmente naquelas idéias sobre as quais tenho convicção formada e sedimentada.

Sou assim, vivo assim, vou morrer assim.



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