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Cronicas-->CRÓNICA AUTOBIOGRÁFICA - I -- 07/06/2007 - 21:33 (José Virgolino de Alencar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Crónica de Uma Trajetória Vitoriosa - I



Onde nasci e como nasci, eu tinha tudo para não ser nada. Vim à luz, lá no início dos anos 40, num sítio simples, humilde, sem energia elétrica, saneamento, não havia médico nem medicamentos por perto, tendo sido criado e tratado com chás e por rezadeiras.O sítio, plantado às margens de um rio seco, era um ambiente inóspito, com precárias condições de vida, longe da civilização, da informação, do conhecimento. Não havia escola, não havia rádio, não se tinha notícia de nada, embora o mundo vivesse a intensidade da segunda grande guerra.

Graças à pequena propriedade de meu pai e mesmo com pouca água, tínhamos alimentos em quantidade e de relativa qualidade(legumes, cereais, carnes, ovos, leite e frutas à vontade). Apesar de nem existir orientação nutricional, os alimentos eram suficientes para o sustento do corpo e para não afetar o desenvolvimento mental.Foram assim os primeiros cinco anos de minha vida. Meu pai resolve então levar a família para a cidade - Piancó - adquirindo lá outra pequena propriedade e montando um pequeno comércio. Nós, eu e duas irmãs, uma mais velha e outra mais nova, tivemos assim a oportunidade de começar a estudar.


Meu primeiro contato com a escola, de uma professora particular, despertou-me de imediato a vocação pelo aprendizado, a curiosidade pelo conhecimento, pela informação. Comecei já aí a ser bom aluno, mostrando facilidade de entender e aprender, não sendo, no entanto, um estudioso excessivo, pois gostava das brincadeiras da infància, empinar pipa, caçar passarinhos, de peladas, jogos, tomar banho no rio e nos riachos, além de ajudar o "velho" na lavoura e no comércio.


Passei para o grupo escolar oficial e comecei também a participar de trabalhos na Igreja, o que me valeu a influência dos padres para a minha formação e educação, tornando-me o chamado "menino direito", dedicado ao trabalho e ao estudo, sem abandonar as peripécias da infància e da pré-adolescência, o despertar da sexualidade e o interesse pelas garotas, pelos namoros, às vezes platónicos, à distància, mas de certo modo emocionantes.


Fiz um bom curso ginasial. Meu professor de português foi o Padre Manoel Otaviano, escritor, intelectual, que primava pelo bom estilo e respeito às regras da gramática. Foi uma influência positiva, pois já ali, no interior de poucas possibilidades de informação, eu lia tanto livros, como revistas e jornais. Era um dos poucos jovens que, na década de cinquenta, no sertão piancoense, lia as revistas O Cruzeiro, Manchete, Radiolàndia, Tevelàndia e Esporte Ilustrado, como lia o Diário da Borborema que então chegava a Piancó.Li Machado, Alencar, Joaquim Manoel de Macedo, Raul Pompéia, Castro Alves, Rui Barbosa e muitos outros autores nacionais, como li Victor Hugo, Flaubert, Stendhal, Zola, Dumas, enfim, bons autores da literatura universal. Comecei a escrever redações escolares, comentários, redigia cartas, fossem minhas para alguém ou encomendadas por amigos para pessoas outras.


Aos quinze anos, fui chamado e aceitei ser chefe do escritório do maior comprador de algodão e oiticica da região, produtos que eram repassados à SANBRA e para Anderson Clayton, duas grandes empresas do ramo. Depois de dois anos nesse trabalho e tendo concluído o curso ginasial, parti para nova e desafiante etapa de minha vida. Com pouco dinheiro e alguma disposição, ainda que temeroso, me transferi para a Capital - João Pessoa - objetivando dar continuidade aos estudos. Para isso, fiz um teste, que era um verdadeiro vestibular, para ingressar no Liceu Paraibano, um estabelecimento de ensino público que, naquela época, tinha um ensino de nível universitário.

Aí começa uma trajetória vitoriosa e gratificante, uma nova etapa de minha história pessoal, que fica para ser contada em outra crónica.



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