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Teses_Monologos-->O Idioma Escrito e o Falado -- 21/11/2003 - 16:59 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Idioma Escrito, Não é o Falado
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Nem sempre falamos do jeito que escrevemos. Pelo menos, no que tange à pronúncia. Ao som que se emite naturalmente. Este fato acaba dando margem, em alguns casos, a certas dubiedades de interpretação. E a certos cacoetes, interpretações e até piadas. Por conta, exatamente, dessa diversidade de sons, pronúncias e sotaques; que variam de região para região;

No meu tempo de ginásio - hoje apelidado de primeiro grau - a professora de Língua Francesa nos ensinava que, naquela língua, “oi”, tem o som de “uá”; portanto, a expressão “petit poi” pronuncia-se “peti puá”. Ensinava que o acento circunflexo, em francês, tem o som aberto; enquanto o agudo, tem o som fechado; e “ais” seria pronunciado com o som aberto, equivalente a “é”.

Em Português não é muito diferente. Principalmente se considerarmos nossas dimensões continentais e a grande variedade de influências de culturas, que, em última análise, são responsáveis pelos sotaques e pela diversidade de sons e significados das palavras e expressões utilizadas em cada região desse imenso país.

Nossa conhecida banana, é bom exemplo: se for no sudeste, pronuncia-se “bá-nan-na”; já no nordeste, seria “ban-nan-na”. Isto sem falar em expressões como “virgem Maria”, que chega ao cúmulo de virar “vixi Maria”. No Ceará, então, a coisa é mais puxada: “Arrente”ou “Ôxente”, no lugar de a gente. E, mais recentemente, seguindo a moda da juventude, de economizar sílabas, a gente viras, apenas, “Ôx”.

A frase: Gostaria de ter “um meno” um “tiquim” de ssussêgo”, dá o tom da diversidade de que falamos.

Na verdade, essa tonalidade não se dá, apenas, em regiões ditas atrasadas, onde a população tem pouca ou nenhuma escolaridade. Acontece nas grandes cidades. Falamos de forma bem diferente do que escrevemos. Por exemplo: “Ontem di noiti eu tivi um sonhu qui mi deichou muito assustadu. Sonhei qui tinha murrido. E acordei preocuadu. Morrendo di medu.” Não é assim mesmo?

E temos, por outro lado, nossos segredinhos linguísticos. Segredinhos que, na realidade, são curiosidades mas que estão dentro do escrever corretamente. A propósito das festas que se aproximam, os estudiosos da língua nos ensinam que o correto é desejar, para a Maria, um feliz Natal e um ótimo ano-novo.

Maria é nome próprio; e Natal é feriado religioso; grafam-se, portanto, com letras maiúsculas. Já os chamados acompanhantes (artigos, pronomes e adjetivos) escrevem-se com letras minúsculas.

Mas não esqueçamos: Papai Noel, é sempre grafado com maiúsculas, pois é nome próprio. Enquanto “papai-noel”, no sentido de “presente”, escreve-se com minúsculas. A propósito, não esqueça de comprar o papai-noel de sua esposa e filhos. E leve os meninos para tirar fotos junto do Papai Noel.

O primeiro dia do ano, é chamado de ano-novo ou ano-bom; como carnaval, são datas pagãs, e, portanto, não se escrevem com maiúsculas.

Mas, voltando a questão da pronúncia, lembrei-me de um caso passado. Estávamos por essa época de Natal, mais ou menos. E eu escutava, dentro de um ônibus, a pessoa conversando com a outra:

- Meu amigu, tu não sabi da maió! Quê qui foi? Indaga o amigo. – Eu soube qui você vai passá u anu novu em Ponta Grossa, no Paraná. – É verdadi! Tenhu parentes pur lá. – E elis têm preconceito com relação as festas di finau de anu? – Qui eu saiba, nao! Mas qui é que você ta insinuandu com essa istória de passá o anu novo em Ponta Grossa? –
-
- Nada! Você é qui istá vendu cabelu im casca di ovu. – Na verdadi, o anu novo di qui falu, nada tem a ver com os anus qui você associou ao meu comentário! Até porque, eu já sabia qui você operou di hemorróida. Está, portantu, de anu novo. E vai passá, coincidentimenti, o anu novo em Ponta Grossa, e di anu novo. Não é engraçado?
-
- Muito sem graça!

Pelo visto, pode-se afirmar, com certa razão, primeiramente, que a vogal “o”, em nossa língua, tem o som da vogal “u”. Depois, que nem sempre falamos do jeito que escrevemos. E, finalmente, que todo final de ano é bem confuso para quem opera de hemorróidas. Afinal, todo ano-novo, quase todo mundo fica muito apertado. E com medo do que possa acontecer, principalmente para quem se excede com as bebidas. Dizem que se perde o controle total. Fica-se bêbado, e portanto sem controle do seu próprio corpo. E corpo de bêbado, sem controle, não tm dono.

21 de novembro de 2003



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