PRONUNCIAMENTO NO CONSELHO DA OAB-DF
HOMENAGEM AO ADVOGADO SULLY ALVES DE SOUZA
O advogado e pioneiro, Sully Alves da Silva, faleceu, em 21 de abril de 2007, coincidentemente na mesma data em que Juscelino Kubitschek inaugurara Brasília, para onde viera como representante do antigo IAPI.
Brasília nasceu de um sonho que se transformou em realidade, pelas mãos fecundas de Juscelino Kubitschek, mercê do esforço gigantesco e despretensioso de pioneiros abnegados, como Sully e tantos outros que marcaram sua passagem gloriosa para sempre e contribuíram para a construção do que seria a obra do século e, sem dúvida, permanecerá para sempre. Também ecoarão pelos tempos seus construtores de ontem e continuadores de hoje e do porvir.
Lembra, com saudade e euforia, em seu depoimento ao Correio Braziliense e ao comemorar, no ano passado, os 90 anos de benfazeja vida, que, em 1957, o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários indicaria alguém para acompanhar as obras de construção de Brasília.
Como ninguém se aventurara a esta empreitada, ofereceu-se e, sem o menor constrangimento, como o fizeram os navegadores lusitanos nos anos quinhentos, ao singrarem os mares bravios e desconhecidos, conquistando a Terra de Santa Cruz, deixou o seu Rio de Janeiro, cortando estradas pedregosas para aqui fixar seu novo lar com sua querida Lucy e família, e, com o grande estadista JK, construir a cidade-milagre do terceiro milênio. Tornou-se, assim, o responsável pelas questões jurídicas do IAPI.
O jornalista Ari Cunha noticia, em sua coluna publicada, em 9 de outubro de 1960, que a Ordem dos Advogados está escolhendo a sua diretoria pioneira e, dentre os nomes mais indicados, lá estava Sully. Sully não pertenceu à diretoria, mas ornou o Conselho, de 1962 a 1964, prestando relevantes serviços à recém-criada corporação de advogados.
Este advogado simples e culto soube angariar amigos e, com sua extrema humildade e inteligência fulgurante, conquistou um lugar de destaque no cenário jurídico e cultural de Brasília. Foi um dos fundadores do Instituto dos Advogados do Distrito Federal, dele participando até os últimos momentos de sua gloriosa vida. Sentava-me sempre ao seu lado, nas sessões desse Sodalício, e ouvia, inebriado, suas palavras sábias.
Proponho, assim, Doutora Estefània Viveiros, ilustre presidenta, e doutos diretores e conselheiros, sejam inseridos em ata nossa homenagem e o voto de profundo pesar pelo falecimento do advogado e eminente professor da UNB, Dr. Sully Alves de Souza, oficiando-se aos seus familiares, ao Senado Federal, Ã Universidade de Brasília, onde lecionou por muitos anos, e ao Instituto dos Advogados, onde pontificou e honrou com sua cultura, desde sua fundação.
Brasília, 17 de maio de 2007.
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