Tudo está perto,
mas é distante!
O nada se faz cristalino na estanque lembrança!
Recordações vazias e
evasivas invadem a hora!...arguciosas saudades que aniquilam o coração!
Reescrevo como um taco sobrevivente no meio de uma infame penúria resultante da descoberta!
Abjetos seres que valsam a desdita sina!... vão pouco a pouco combalindo no palco da desilusão!
Tudo se faz perto!
Vou riscando nomes,
lembranças,
saudades e
entrelinhas que pontuavam fins!
Recomeçar sem manchas surgidas no descompasso da liturgia insana do suposto intangível!...
Hora de zarpar!...
O ponto de chegada é agora o ponto de saída... felizmente!
Cri no impossível e vivi o possível!
As descobertas que não poderei transpor continuarão transformando tantos ignóbeis inocentes em objetos descartáveis,
mas continuarão imperiosos em suas vaidades!... vivendo infelizes por acreditar na majestade inexistente!
É melhor rascunhar... para depois rasurar, afinal tudo está como deve estar... cada um dá o que tem e,
como nada somos e sempre estamos, continuarei não ofertando o que não possuo!...
A pena alivia a pena e as asas, agora, podem movimentar!
Estou livre da hipocrisia,
da falácia,
da alcatéia desmedida disfarçada de cordeiros,
dos murideos que acabam com a própria boca pela profissão da coscuvilhice...
Sou livre,
mas preso!
Vou destruir a gaiola e,
talvez,
não reste pássaro nenhum para contar a história!...
Preferirão voar para bem distante do que viver fora das grades, pois a liberdade não existe no lugar!
Tudo e nada!
Eis a tese assertiva de um contexto para quem consegue enxergar uma mostarda frente aos olhos!
©Balsa Melo
26.05.07
Brasil