Casa vazia
Achar-me é tudo o que quero,
se te encontrar posso perder-me
nos maus tratos de teus carinhos
escassos.
Tiras-me da sede a água pura;
Já não posso beber-te.
Lembro de teu último beijo adocicado
esquentando minha boca,
enfeitiçando meus lábios.
Se nosso amor enlouqueceu, foi culpa tua,
desse teu corpo nu cheio de vergonhas
dessas mãos adoráveis que abraçavam
meu fôlego também louco.
Para me seduzires, basta ir embora.
Leve o relógio, deixe-me as horas
que cuidarei da saudade e do mormaço,
onde o tempo tem braços e espaços
e pode me acalentar.
Se fores, que seja para bem longe
onde não haja sede, muito menos água,
e meu desejo seja apenas morno
como o são tuas vontades,
porque ainda não te posso ter de verdade...
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Poema inédito (06/11/2018)
Paulino Vergetti
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