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Cronicas-->Sebo -- 13/01/2000 - 22:02 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Já faz algum tempo que passo por um sebo aqui no Setor Comercial Sul, em Brasília. Pra quem não sabe, o SCS é o que temos de mais parecido com o centro velho de qualquer capital brasileira. Com em todo centro de cidade grande, tem de tudo, inclusive um sebo. Não se trata de uma loja mas de uma bancada, como estas bancadas para venda de frutas. Durante o dia os livros ficam ali expostos, contribuindo para a instrução e lazer de nosso povo. Durante a noite, ficam guardados dentro da bancada. Quanto ao proprietário, não tenho informações se ele também mora ali naquela bancada ou se simplesmente a usa como local de trabalho.

Eu chego lá com minha gravata, barriga e cara de quem entende. Você sabe, aquela cara que se faz quando é necessário impressionar. A gravata e barriga são de ofício. A cara é um vício, pois em Brasília nunca se sabe com quem se vai falar e é preciso estar preparado. Pelo menos com o dono do sebo funciona, pois sempre me atende com um "fique a vontade dotor". Como nunca compro nada, qualquer dia destes perco a deferência.

Pois nestas passagens pelo sebo eu tento memorizar alguns títulos, prevendo a escrita desta crónica. Ocorre que sistematicamente quando tentava lembrar só conseguia recordar o Casais Trocados de John Updike. Com apenas um título não é possível falar de um sebo. Eu queria anotar mas confesso que ficava constrangido. Sentia-me um espião. De qualquer forma nunca tenho à mão um bloco de anotações ou algo em que pudesse escrever. Não disponho também de um gravador, destes que os jornalistas enfiam pela garganta das autoridades como se fosse um microfone, em que possa ditar baixinho o que acontece. O ideal seria um gravador em forma de telefone celular pois com ele pode-se falar sozinho sem ser taxado de louco. Não sei se isto existe, de modo que fica a sugestão. Um dia cheguei a ver o preço de um destes gravadores, mas tanto o gravador quanto o preço eram muito grandes para o momento. De qualquer forma não sei se eu teria cara de pau para ficar falando sozinho pela rua. Talvez se colocar o gravador no bolso da camisa e falar baixinho, com o rosto abaixado. Sei não, acho a idéia do telefone melhor. O fato é que por falta de uma caranguejola destas ou de um simples bloco de anotações, perde-se muito material.

Hoje contudo, tendo na mão um prospecto da Planet Idiomas cujo verso estava em branco, não resisti e fiz algumas anotações. Vejam o que anotei.

Entre outros títulos, o tal Casais trocados de John Updike. Notem que ele não faz muito sucesso, pois lá está há mais de mês. Anotei outros: O bom médico, Médicos e rivais, O profeta, Leibniz da série Os Pensadores, Banco Central (para concursos), Ideal de médicos e, por último, Calvário de Três Médicos. Não pude anotar mais pois o anúncio era de papel cuchê, dificultando a escrita.

Ao verificar minhas anotações imaginei que tinha erroneamente parado na seção de medicina, dado o grande número de títulos com referência a médicos. Pensando no assunto, fiquei lembrando das capas e não pude deixar de notar que em lugar de médicos, nas capas haviam muitas médicas. A julgar pelas ilustrações, são médicas belíssimas ou pelo menos muito bem fornidas.

Não estou muito certo, mas acho que estes livros todos não são sobre medicina. Outro dia eu passo lá disfarçado e leio pelo menos um capítulo de algum deles.

Por último quero agradecer à Planet Idiomas (inglês, espanhol e francês) que gentilmente cedeu seu prospecto. Aos que não a conhecem informo seu telefone: 61 321.2030.


Escrito em 12.01.2000
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