| Inquietações? Você muda muito? Demais? Não tem parada, não tem local definido? Dizem até que você não sabe o que quer? Que é instável, cigano, nómade? Ora, ora, ora... Não estaria você mais perto de sua essência com todas essas mudanças? Por que? Ora, simplesmente porque a vida é mudança, é instabilidade, uma ida para um porto mutável, dinàmico, não-local. Você se lembra de que "as raposas têm tocas, as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça"? Como dizem os espíritos evoluídos, você nunca está indo para um lugar final, portanto divirta-se no caminho. Alegre seu coração, mais do que você fez ontem. Seja feliz agora, aproveite o que lhe está sendo dado e pare de fazer tantas perguntas que não têm respostas. Eu diria que você nunca está pronto e nunca estará. Nunca chegará num ponto final. Lembra-se do "Imagine there´s no heaven" do John Lennon e de que "não existe um lugar chamado paraíso" do Fernão Capelo Gaivota? Pois é, até o céu é não-local... Aliás, é bem melhor olhar céu e inferno como atratores instáveis e não definitivos, não? Nada é definitivo! A única lei que existe é a Lei da Evolução. Nossa Terra Prometida é uma Terra do Nunca, uma região fora do tempo e do espaço, um local não-local. Como na ciência clássica nós estamos acostumados com locais bem definidos, pensamos num porto seguro e numa região estável em nossa vida, com pelo menos um pouco de sombra e água fresca. E daí vem o conceito de localidade, estabilidade, mas na natureza nada é bem definido, nada estável, tudo é não-local. Algo a ver com os efeitos estranhos da Física Quàntica, com aquilo que alguns cientistas escreveram em abril de 2007 na revista Nature? Pois é, quem sabe os efeitos estranhos são exatamente estranhos porque os vemos do ponto de vista clássico. Quem busca o clássico, encontra o clássico, mas não entende a jornada não-local do ser humano. Ficam claras as sutis ligações da Física Quàntica com a espiritualidade. Só não as sente quem ainda usa óculos clássicos. Com esses óculos clássicos, a pessoa que ouve falar das maravilhas do não-local e da Terra do Nunca ainda fica insistentemente perguntando quando vão surgir os assuntos quànticos, quando vamos discuti-los "prá valer", quando vamos estudá-los "de verdade", porque querem buscar o quàntico de uma forma clássica. Quem está verdadeiramente a caminho, já sabe que a Terra Prometida é a Terra do Nunca, aproveita as delícias do momento e se deixa levar pela leveza e a beleza do imponderável e do não-local. |
