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Contos-->Os Nholos -- 16/05/2014 - 18:02 (Marcelo de Oliveira Souza :Qualquer valor: pix: marceloescritor2@outlook.com) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os Nholos

Um belo dia estava vendo um casco arriado de ponta a cabeça, com umas pernas balanço parecendo charutos, num cantinho da feira de quinta feira em Araci.
Resolvi aproximar-me, constatando que era um cágado esperando um salvador, pois o pequeno animal estava ali à venda para virar aperitivo.
Prontamente resolvi resgatá-lo, de quebra ainda tive que levar mais uma fêmea, foi a exigência do vendedor, prontamente aceita.
Deixei os animaizinhos no fundo de casa onde existia um grande jardim, os bichinhos saíram desidratados, mas animados, com a sua nova morada.
Eles eram muito espertos, apesar de não emitir praticamente nenhum som, os danados não paravam quietos, o macho foi batizado de Nholo e a fêmea por sua vez de Nhola.
Eles insistiam sair do fundo para a frente da residência, sendo uma grande atração para aquela rua de interior.
Na época da política recebi um montão de propaganda, aqui em Salvador de um candidato a deputado a federal, não é que o casal de animal virou meio de propaganda?
Coloquei no casco deles um adesivo, eles saíram andando devagarzinho, foi um verdadeiro showmício, todos encostavam na garagem para fotografar os bichos.
No tédio interiorano costumávamos apostar corrida entre eles, era uma verdadeira festa, principalmente quando eles sentiam um cheiro de um suculento pedaço de bife fresco! Eu jurava que eles eram herbívoros, mas os bichos gostavam de tudo! Não havia tempo ruim para ele.
Tudo transcorria bem entre o casal, mas não havia reprodução, será que eles conseguiam fazer cópula?
Procurei uma pessoa mais esclarecida no assunto e levei um belo susto:
Nhola era de fato um macho!
Depois dessa grande revelação parece que o andrógeno animal, passou mal pela revelação: Ele começou a ter desenteria, mas acredito que foi por causa do quiabo, será? Mas o outro não ficou doente?!...
Não sabia mais o que fazer, até que veio-me a ideia de fazer como a gente faz com humanos, dar bastante água e empurrar comida, o mais fácil foi arroz. Então era arroz e água e assim sucessivamente...
Os dias foram passando mas o nosso doente não saída do lugar, não abria os olhos, mas não estava morto. Insisti a semana toda, até que já percebia que ele estava de olhos abertos e segui o tratamento com persistência.
Um tempo depois ele já se arrastava. ... - Os bichos já são lentos, imagine se arrastando! -
Foi muito tempo para a convalescença, mas depois de muita insistência, ele estava ali robusto, foi quando a vizinhança sabendo da sua melhora e do seu drama de ser um casal de dois machos resolveu dar uma fêmea, grandona! Batizada de Nholona!
Justamente na época que estava de mudança para Salvador e para um apartamento, como fazer para levá-los?
Tentei simular um terreiro na área de serviço, fechando com alguns obstáculos, que eles passavam o tempo todo tentando transpassá-los.
À noite ouvi um estalar de cascos, um verdadeiro bate-bate, quando fui ver, era o antigo casal brigando pela robusta fêmea.
De vez em quando eu soltava-os para tomar sol na sala, eles saíam loucos, ficando ali paradinhos um ao lado do outro, como o estacionamento do nosso prédio.
Certa vez quando cheguei, vi um caso horroroso, a cópula deles, um membro do animal abria e parecia uma cobra naja com dois grandes orifícios na parte superior e o bichinho produzia sons estranhos como se fosse uma cantoria para animar Nholona.
Mas a formosa experiência de criar cágados já estava no fim, pois animação deles sujava a sala toda de sêmen e pensando nisso resolvi deixar na casa de praia do meu pai, para vê-los de vez em quando.
Eles chegaram a se reproduzir, mas o meu “chefe” assustado com toda aquela população de animais, distribuiu tudo pela vizinhança e não deu nem para ver como eram os filhotinhos, deixando-me aqui na saudade.


Marcelo de Oliveira Souza
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