Hoje o mar não estava revolto, estava calmo e convidativo a um bom mergulho.
Eu o estava apreciando de longe, mas ao mesmo tempo sentia o salgar do meu corpo... Sua imensidão me revelava um horizonte repleto de bons fluidos de energias boas... Era uma paz inigualável, um silêncio interior que me fazia sentir o único ser em meio a buzinas, gritarias, poluição... Sentia o sol ardente em meu corpo, ao mesmo tempo uma brisa fria que vinha daquela imensidão refrescando-me...
O mar nos convida a adentrar em um mundo de libertação, nos purifica espiritualmente de todos os males com os quais estamos expostos no nosso dia-a-dia.
É a natureza do mar, que renova-se a cada onda, que surgindo vai de encontro ao homem, quando se quebra leva consigo todas impurezas nela deixada.
Suas riquezas são infinitas, traz o alimento e a sabedoria ao homem e alimenta quem nele habita.
Ele decide quando vem, ele decide quando vai...
Creio que um dia toda aquela imensidão se rebelará vindo em busca do que lhe pertence, do que lhe foi tomado. Desde a construção dos arranha-céu até a poluição que o próprio homem não hesita em deixar quando se aproveita de suas maravilhas.
Os mistérios ocultos nas profundezas de sua imensidão nos torna tão insignificantes, que nem mesmo nos damos conta disso... Seja pela beleza, alimento, enfim tudo que nos proporciona de maravilhoso quando nos deparamos... Digo isso porque o homem não se realiza com o pouco e por isso está sempre em busca de mais, e mais, sempre indo em direção a ganância, aos bens materiais, que nem mesmo o mar se ocupa. Podemos visualizar através da corrosão da matéria até nisso o tempo alia-se com a natureza...
O mar será sempre a imensidão oculta no horizonte infinito, seja ele uma renovação para o espírito seja ele uma viagem que nos leva ao encontro da paz interior...