Era criança ainda
e senti o asfalto quente a torturar meus pés.
Comecei a dar pulinhos até a calçada arborizada,
meio aos gemidos curtos, choramingados.
A sensação me acompanhou pela vida.
Volta e meia, algo me tortura a base
e a sensação de queimação me invade,
já crescida então, a alma.
Ainda assim, eu pulo,
ponho-me a gemer inconformada,
impressão de o sofrimento não findar.
Mas a sombra, sábia e obscura, atrai.
Desejos encavernados, egos sombrios identificados.
Haja ardor nessa jornada.
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