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cronicas-->Mania de Grandeza -- 05/01/2001 - 00:25 (Mastrô Figueyra de Athayde) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Era uma vez uma mulher que vivia com mania de grandeza. Falava de tudo e de todos. Adorava `sem querer´ desprezar o próximo citando a sua aclamada superioridade, seja num simples almoço de família, à inúmeras viagens de férias e excursões. O nome dela é Julieta Ferraz Sobrecem. Sumareense de coração e que levava até o nome o `ar´ de sua suposta `superioridade´. Julieta é superior à mais de cem pessoas, dizia ela sorridente aos seus companheiros de serviço, em uma pequena confecção.
Julieta era estilista. Se dizia ser a melhor em seu ofício, mas mal conseguia realizar um corte preciso em tecido do mais puro linho francês. A mão era trêmula, devido a sua compulsão à bebida. Ela sempre pedia a ajuda de seus `amigos´. Até para conferir as medidas na régua ela tinha dificuldades, mas mesmo assim, Julieta não perdia o seu `status´ e sempre arranjava uma boa saída, considerada fina por ela. "Vocês têm que aprender também! Sou ou não sou uma pessoa legal?", dizia ela frente aos seus subordinados.
Todos os funcionários da pequena confecção sabiam que a jovem Julieta era uma moça de bom coração, mas todos não suportavam este `pequeno´ defeito. Todos achavam fúteis os tipos de comparações feitas por Julieta. O funcionário Gilson de Souza sempre dizia para os seus companheiros sobre a atitude `superior´ e que um dia ela ganharia aquilo que realmente mereça: a verdade. "Tenho certeza - cuspiu para cima, cai na testa", comemorava Souza, temente aos seus pensamentos.
Um dia, Julieta disse em alto e bom som para uma cliente sobre uma costura chamada três pontos em `V´, que era a especialista neste tipo de trabalho, inclusive que havia trabalhado durante uma de suas excursões pela Europa, para o estilista Omar Versolatto e que a sua roupa havia participado do desfile nas passarelas de Milão, na Itália. A cliente ficou super animada, já que ela era uma das `peruas´ assumidas de Sumaré. Era a socialite Elke Talluf, e qualquer novidade é tratada como um grande acontecimento social. Neste instante de empolgação, Elke encomendouum super vestido de gala, que seria confeccionado com mais de dez metros do mais puro linho e renda italiana. Para Julieta um grande negócio, já que o vestido devido ao seu glamour, custaria em torno de R$ 10 mil. Mas onde tudo parecia um mar de rosas acabou se tornando em pesadelo. A socialite sumareense disse que precisava do vestido em um prazo de dez dias, mesmo assim, Julieta com o seu ar de a `poderosa´, disse que o vestido ficaria pronto no prazo e que seria feito totalmente por ela. Julieta em sua empolgação esqueceu que havia outros seis vestidos para confeccionar e que todos seriam entregues no mesmo dia.
Após Elke Talluf deixar a confecção, Julieta olhou cuidadosamente para os quatro cantos da casa e sem mais, nem menos, deu um grito de arrasar quarteirão. Estamos ferrados! Vocês terão que parar tudo para me ajudar com este vestido!", disse a `poderosa´ em alto e bom som.
Gilson levantou de sua cadeira e com um ar irónico disse para a `poderosa´: "Você está louca? Você acha que vamos parar com os outros pedidos para confeccionar este vestido `monstro´ que acabou de pegar? Julieta, porque você não chama o seu magistral pai e sua bondosa mãe, sem dizer dos seus irmãos e irmãs, que são PHD em tudo? Você é que é a boa e se tem tanta competência assim faça você mesma!", declarou Gilson.
Julieta ficou pasma e viu que o cuspe realmente havia acabado de cair em sua cabeça. Ela se viu incapaz de terminar o vestido e caiu em profundo pranto. Neste dia ela aprendeu que deve-se valorizar as pessoas à sua volta e que ela mesma não é superior a ninguém. Temos sim que Ter orgulho de nós mesmos, mas nunca desprezar a capacidade dos outros. Só assim é que poderemos Ter uma sociedade mais justa e igualitária.
Agora me pergunte: e o vestido da socialite?

Mastró Figueira de Athayde é cronista e lanterninha de cinema
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