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Artigos-->119. SOB INFLUENCIAÇÃO DO DINHEIRO — NÃO IDENTIFICADO -- 16/02/2003 - 06:09 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


No dia de ontem estive presente a esta agradável reunião e não pude ser atendido. Hoje quase fico de fora de novo. Isto não pode continuar assim. Até parece que aqui as pessoas estranhas são sempre rejeitadas. Não aceito pedido de desculpas, pois não tenho tempo para perder e, se não for devidamente levado em consideração, irei embora e deixarei todos na mão.



Sei que minha presença é muito perturbadora, pois vejo muita gente procurando sossegar o médium, para que prossiga anotando os meus pensamentos com desenvoltura. Percebo que estão obtendo razoável sucesso, mas, como eu não estou de acordo, vou retirar-me. Não queiram segurar-me. Vou desanexar o médium e desintegrar o seu psicologismo, pois sei que não poderão fazer com que eu me...



Ainda estou aqui e me pedem somente para contar minha estória. Vou atender, pois, se não o fizer, muitos ficarão profundamente frustrados. Pedem-me para apressar-me. Tenham paciência, pois não estou acostumado a referir-me a mim mesmo, pois sofro do mal da modéstia, como um dos irmãos que me antecedeu. Sei que não é de todo mau vir à presença de vocês, pois estou aqui há bastante tempo e ninguém tentou nada contra mim.



A minha estória é simples. Quando nasci, vim a berço de ouro. Nadei em dinheiro. Fiz tudo o que desejei na vida: fui mimado, tive todos os brinquedos que o dinheiro pode comprar etc., etc. Para abreviar: saí da vida do mesmo modo que entrei, ou seja, rico da riqueza dos grandes do planeta. Dizem-me que é por isso que não estou acostumado a submeter-me à influência dos outros, mas que me submeti à do dinheiro. Não sei se concordo com isso. Dizem-me que a minha concordância é dispensável. Sendo assim, eu também sou e não vou prosseguir...



Voltei ainda uma vez para assegurar que nunca prejudiquei ninguém que eu soubesse. Perguntam-me se fiz o bem, se cuidei de creches, de orfanatos ou de asilos, se visitei presídios ou hospitais, se levei palavras de conforto aos necessitados de apoio moral, se estive junto aos favelados nos morros ou nos casebres sobre as palafitas, se sequer orei pelos menos afortunados.



Confesso que o que fiz nesse sentido não foi sequer pagar os impostos devidos, pois sempre achei que me cobravam exageradamente e, por isso, soneguei muito dinheiro em proveito próprio e para não dilapidar o patrimônio familiar. Dizem-me que isso não estava de acordo com os ensinamentos que recebi nos colégios católicos em que fui matriculado.



Concordo, mas é que na época outras preocupações me desviaram dos estudos, principalmente durante as aulas de Religião, que sempre considerei muito “chatas”, muito distantes da realidade. Querem que eu me retrate. Não sei se o farei. Que eu poderei ganhar com isso? Nada?! Só o lenitivo para a minha dor?! Que dor?! Não sabem que eu não sofro nem nunca sofri? Com a morte de minha mãe e com o assassinato de meu pai? Mas se eu tudo herdei, como é que podia sofrer? Não deixei tudo para meus filhos? E que dor eles sofreram? Não é o caso, agora?



Bem, vamos em frente. Que mais vocês querem saber? Já sabem?! Então, por que não me explicam logo? Não querem que eu seja inconveniente; então, por que me trouxeram aqui? Para esclarecer alguns fatos da vida? E quais fatos são esses? Nem o próprio médium está conseguindo ajudar!



Está bem. Ouvirei pacientemente a explanação do “chefe” e prometo não interromper.









COMENTÁRIO — MANUEL



Não foi difícil encaminhar o irmão sofredor, quando lhe pedimos que nos seguisse, para mostrar-lhe o que estava sendo feito com os bens que recebeu de herança e com os que amealhou durante a passada encarnação. Daqui a nossa demora em retornar.



Ele já se encontra recolhido em instituição especialmente encarregada de agasalhar espíritos perdulários, que passaram a vida esbanjando seus bens e sonegando qualquer esforço em prol dos semelhantes. Reconheceu que errara no momento em que viu seus descendentes trabalhando duro para conseguir sobreviver com o suor do rosto.



Mentiu quando afirmou que deixara sua herança aos filhos, pois o que, na verdade, legou a eles foram só dívidas contraídas por não ter tido suficiente precaução nos gastos com jogos, com vícios e demais ingredientes que soem atrair os que não têm de si mais do que carregam nos bolsos ou guardam nos bancos. O nosso pobre infeliz só percebeu o quanto tinha a ganhar conosco quando viu tudo o que perdera antes: as oportunidades de trabalho em favor de seus semelhantes, especialmente porque tivera passagem pela face da Terra extremamente abonada de bens materiais.



Como tivera condições de conhecer os mandamentos das leis de Deus e como trazia em si aparato intelectual que o distinguia até mesmo entre seus parceiros das mesas de jogos, não lhe foi possível furtar-se de ter consciência acusadora, que subjazia sob forte esquema defensivo, erigido sob o domínio de mente cristalizada em evasivas e desculpas de ordem moral, baseadas nos conceitos comuns entre os mortais de que a distribuição das riquezas foi Deus quem idealizou, para imprimir à vida de cada ser humano destinação segundo ordenamento cármico predeterminado. Essas idéias, realmente, se encontram disseminadas principalmente entre os afortunados, pois são extremamente convenientes para eles, uma vez que, através delas, podem arranjar desculpas para não ajudar o próximo, pois qualquer auxílio, segundo eles, iria perturbar a “ordem universal” instituída para que cada qual pudesse alçar seu vôo do ponto social em que foi designado para ficar.



Esta simplificação que estamos elaborando serve tão-só para explicar o ponto nevrálgico da psique do ser que se apresentou, o qual tocamos para despertá-lo para suas reais condições. Daqui para frente, muito terá de perlustrar nas sendas tortuosas da recuperação até atingir a estrada ampla e serena que o levará de volta ao Senhor. Por isso, este nosso trabalho pode servir para o despertar dos irmãos que “nadam em dinheiro” e que não têm mais que essa fortuna material. Se um só, ao ler este texto, se compenetrar de que é um ser em Deus exatamente igual a qualquer outro e se, por causa disto, se predispuser a modificar o seu modo de vida, cumprindo o ensinamento de Jesus, segundo o qual o rico deve distribuir a sua riqueza e segui-lo, aí ficaremos imensamente felizes e ergueremos hosanas ao Senhor, pois sabemos convictamente que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha...”



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