Coisas de Jornal
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Deu nos jornais. Aliás, é onde mais se tem dado, ultimamente. A raiva, no Rio de Janeiro, estaria de volta, causando vitimas fatais. Há sinais de preocupação, por parte do governo local, que já anuncia medidas para recolher e vacinar cães e gatos. Há doze anos não se registrava casos de morte por raiva na cidade.
A morte de uma cadela da raça Poodle, de seis anos de idade, foi a gota d’água para que o assunto viesse à tona. A doença é perigosa. Os sintomas no homem são angústia, dor de cabeça, febre, mal-estar e perturbações sensoriais, principalmente próximas ao local da mordida, melhor dizendo, no bolso do cidadão. Isto, naturalmente, em conseqüência do crescimento do nível de desemprego, do aumento da carga tributária, da elevação dos juros, da diminuição da oferta de crédito bancário e do crescente endividamento público, sem falar na iminente guerra do Iraque.
Se o governo do presidente Lula insistir, como parece, na continuidade da política econômica levada a efeito pelo ex-presidente FHC, não tenho dúvida: em pouco tempo a raiva tomará conta deste país, tornando-se uma verdadeira epidemia, comprometendo programas sociais como o Fome Zero.
Segundo a reportagem , “os sintomas podem evoluir para excitação, extrema sensibilidade a som e luz, dilatação das pupilas e salivação” o que irá atrapalhar o Carnaval que se aproxima.
O interessante é que a doença só poderá ser diagnosticada, segundo a reportagem, “após o resultado dos exames do Centro de controle de doenças, em Atlanta, nos Estados Unidos, onde será feito o exame imuno-histoquímico, que não é feito no Brasil”. Isso é que dá mais raiva ainda.
Domingos Oliveira Medeiros
15 de fevereiro de 2003
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