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Artigos-->A BIRRA DE BUSH -- 15/02/2003 - 10:38 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A BIRRA DE BUSH

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Não adianta. Educação vem de berço. O menino era impossível. Desde que nasceu, seu choro era algo gritante, mais do que o normal. Enquanto não chegasse a enfermeira com a mamadeira, ninguém conseguia ouvir mais nada. Parecia o som de uma explosão de um poço de petróleo. O menino jorrava, quer dizer, berrava como ninguém.



E foi crescendo sob o olhar complacente dos pais. Que o enchiam de carinhos. E de presentes. O Júnior conquistara a família. E soube se aproveitar disso. Tudo que queria, ele conseguia. Seja de que forma fosse.



Assim, no seu quarto de menino crescido, por volta dos sete anos, via-se um exército de brinquedo: tanquinhos de guerra, aviões de combate, navios, mísseis de longo alcance, soldadinhos de chumbo e de plástico aos montes. E o menino não se cansava de pedir presentes dessa natureza.



Nas festas que aconteciam no condado do Texas, onde residia com a família, era o único menino que levava todos os tipos de fogos de artifícios. Não queria saber de fogos para crianças, aquelas caixinhas de fósforos coloridos. Seu interesse era por bombas de alto teor explosivo. E com elas, incendiava a festa. Jogava bomba até nos seus amigos mais íntimos. Cansou de levar seu pai à delegacia, para reparar um dano causado a uma criança, vítima de queimadura.



E assim o menino mimado foi crescendo. Tinha tudo que precisava. Sua família era bem situada. Mas parecia insaciável. Pulava os muros das casas vizinhas, invadia e roubava frutas.Jogava pedras nas vidraças alheias. Matava pintos e galinhas.



Seu divertimento era assistir filmes de guerra. O exterminador do futuro e outros da espécie. Gostava de circo. Admirava os espetáculos em que as pessoas andavam na corda bamba. Torcia para que eles caíssem. Para que o circo pegasse fogo.



Foi assim que o menino cresceu e se tornou homem. Seu pai o incentivou a concorrer para a presidência de seu país. Já tinha presidido antes. E ele aceitou o desafio. A eleição foi conturbada. Como, aliás, tudo na vida do garoto birrento. Mas ele gritou, esperneou, e acabou assumindo o poder.



Agora, o seu campo de batalha é imenso. Seus brinquedos de guerra são muitos e verdadeiros. Ele é chefe de um exército que sempre sonhou. Muito soldados bem preparados. E tem muitos quintais para invadir. Não vai ser fácil dizer a ele que a realidade é diferente da ficção.



É bom colocarmos as barbas de molho. O menino é birrento. Não está acostumado a respeitar limites. E já deus mostras disso. Precisamos, todos, nos unir, e dar uma boas chineladas neste menino presunçoso, malcriado e cheio de vontades.



Domingos Oliveira Medeiros

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