Rosemeire, Rosa Mere ou Nei?
Como em todos os lugares, os pais sempre têm o excelso trabalho de registrar os seus rebentos no cartório.
Assim, logo quando nossa amiga Nei chegou ao mundo, a primeira coisa a fazer era criar o nome, o grande cartão de visita, que carregamos o resto da nossa existência, onde o seu apresentou-se como Rosa Mere, seria em tese Rosemeire.
Mas as coisas não saíram como programadas, sendo instituído na identidade: Rosa Mere, por mais um acaso do destino, ficou conhecida como Nei, por outros tantos.
A nossa garota calma e tranquila, de três nomes seguiu a sua jornada, vinda de uma família de lavradores, sendo a segunda de uma grande prole de irmãos.
Chegando à vida adulta, constituiu uma linda família: Seu marido Wilson, funcionário público e seus filhos: Nildo, o mais velho; e Ivan, cujo nome significa companheirismo.
Foi assim que conheci a nossa personagem, era namorado de uma de suas irmãs, começando a entender o mundo chamado Araci.
Nei estava passando uma temporada em Salvador, mas ao vir para a nossa cidade, ela esqueceu a documentação de seus filhos em casa, como eu já estava de retorno à Soterópolis , prontifiquei-me a entregar a documentação onde ela estava instalada, na casa do seu tio Louro e de sua Tia Rubinha.
Chegando ao local, notei uma morena de cabelos compridos, igual à Flor do Sertão, percebi que era ela, entreguei o material e segui o caminho.
O tempo passou e nos conhecemos melhor, onde Mere foi a pessoa que mais influenciou no meu relacionamento com sua irmã Leide.
Sempre com palavras de tranquilidade e sabedoria, pois com a sua experiência, tinha muito a passar para sua irmã mais nova.
Nisso passei a fazer parte de uma família humilde e acolhedora, onde todos estavam ali para compartilhar as alegrias e algumas tristezas, isso era o que mais me encantava, a UNIÃO familiar, na alegria e na tristeza, pois nos dias de hoje é muito difícil esse sentimento consolidado na família brasileira, essa é a maior riqueza de todo ser humano.
O tempo passou... Os pequenos cresceram, quase todos se casaram, onde as sementes da nossa Valente Nina, foram se espalhando aos quatro cantos da Bahia, mesmo assim, a essência da união familiar continuou a mesma, pois era só precisar e tinha uma pessoa ao nosso alcance.
Quando o Raio de Sol, Moa, nasceu, não foi diferente, a família foi toda mobilizada, esperando por esse presente de Deus, e nossa grande amiga Nei estava ali, como sempre, para acolher a mais nova componente desse grande grupo familiar.
Depois de um tempo, recebemos a triste noticia do falecimento de uma das pessoas mais queridas da família - que sempre será lembrada - também uma agregada, que aprendeu muito com o jeito Valente de um sertanejo, nossa eterna amiga Rubinha. O sofrimento foi imenso, pois quem adoece no Brasil e não tem nenhum plano ou seguro saúde pena muito mais que o normal, sofrendo duas vezes.
Mal nos recuperamos dessa, sentimos outro tranco, um mais pesado que o outro, onde Nei foi diagnosticada com câncer no ovário, começando uma grande mobilização, não só na família, mas também no mundo espiritual.
Justamente nessa época muito difícil, aparecem mais dois novos componentes na família, Lourenço e Xavier, que praticamente assumiram a nossa amiga, colocando-a no seio das suas residências, dando um pronto atendimento e mais que isso, demonstrando uma grande afetuosidade.
Isso ajudou muito a nossa iluminada paciente na luta contra a “nossa” doença, isso não é um mero acaso do destino, pois sem essa fortuita ajuda, certamente a nossa lutadora não estaria mais entre nós, chegando a alcançar três anos de ajuda providencial do Senhor.
Agora estamos aqui, lembrando toda essa jornada...
Como tudo começou... Percebemos mais uma vez que as coisas não são por acaso, onde todos estão unidos em um só pensamento, lutando, lutando, lutando... E comemorando esse dia de Glória, pois quem sabe do futuro de todos nós é Deus, onde nos planos Dele tudo é perfeito, a gente que não compreende...
Nessa nossa jornada em meio ao sertão, todos nós aprendemos muita coisa, principalmente com a nossa amiga Rosemeire, Rosa Mere ou Nei, pois ela nasceu com três nomes, vinda de uma família simplória, contudo, conseguiu fazer três vezes mais que muita gente, descobrindo, aconselhando, aglutinando e semeando amigos e parentes, tudo num só pensamento, onde a vitória certamente virá.
Marcelo de Oliveira Souza
Do site:
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