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Contos-->A Separação - O desabafo da Viuva -- 20/02/2014 - 10:39 (Sérgio Olimpio da Silva Viégas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A separação – Depoimento de uma viúva

Se o inverno for intenso
Como eu penso
muito frio eu vou passar.
O fim dessa musica de Telmo de Freitas, muito cantada por ele nos últimos tempos, numa espécie toda especial de cantada, foram as últimas palavras que ouvi dele.
Vivemos muito amor louco, muitos momentos platônicos. Muitas desavenças, sem nunca uma ameaça de separação, no inicio nossas brigas sempre acabavam em sexo. Nunca esperei que fossemos nos separar assim. Ele sempre disse que desapareceria da mina vida como entrou no dia que sentisse eu ter deixado de gostar dele.
Lentamente vivemos uma separação branca. Por alguma coisa, um dia ele saiu da cama, mais adiante saiu do quarto e tanto no primeiro como no segundo dia, descobrimos que para sexo, não precisa dormir junto. Mas as visitas foram rareando, rareando, até acabarem.
Com a desculpa de flatulências ou excesso de bebida ele saiu do quarto e suas visitas foram tornando-se mais e mais esporádicas. Ou seja, como a minha cama sempre estava ocupada por netos, a minha visita é que era requisitada ao quarto dele. Algo muito difícil para mim. Nunca me animei a procura-lo como oferecer-me para ir ao seu quarto? Com a casa sempre cheia o convite, por parte dele, tornava-se extremamente difícil.
Mesmo assim vez por vez aparecia alguma roubadinha meia de improviso, Como quando ele me assaltou na lavanderia.(www.usinadeletras.com.br “Pela perna da calcinha da vovó) Assaltou? Não! Pelo seu olhar de ‘Lobo Mau’, eu previra o ataque e fui para a lavanderia, o local mais discreto da casa àquela hora da manhã. Uma festinha rápida, uma pequena robadinha bem improvisada, Mas muito proveitosa
Nunca soube da existência de outra mulher. Não creio ter havido uma Aimé em sua vida. Ao menos nunca senti cheiro de outra mulher nele ou nas roupas dele. Mulher sente cheiro de outra mulher a quilômetros. Existem dois cheiros para os quais não foram criados sabonetes ou detergentes. O cheiro de mulher para o olfato de mulher e o cheiro da camisinha.
Certa vez alguém me disse que as fabricas de camisinhas eram monopólio de mulheres possessivas. O marido que arriscasse a usa-las teria de passar fora de casa no mínimo uma semana, para livrar-se do cheiro, ou usa-la as vésperas de uma festa de aniversário para ter a desculpa do cheiro dos balõezinhos.
Mantenho uma duvida sobre quem criou a AIDS, se as mulheres ou as fabrica de camisinhas. Nos tempos idos da juventude, o grande perigo, para os rapazes era a gravides. Depois disso não havia nada mais incomodo do que uma gonorreia bagoal, pego normalmente em amadoras e prostituas inexperientes.. Nas boas casas era oferecida a garantia, pegou? A mulher ou casa pagam o tratamento.
Interessante é que os prostibulos eram mais sérios que a maioria dos estabelecimentos comerciais, principalmente na região serrana.
Só para exemplificar. Contam que nos idos da década de quarenta ou, cinquenta dois irmãos, Filispin e Felispasiano, estabeleceram-se na perola das colônias, cada um dum lado da cidade. Filispin na entrada norte da cidade e Filispasiano na entrada sul. Numa das crises do arroz, Filispin viu-se com os estoques zerados e para atender a clientela pediu a Felizpasiano, 200 sacas de arroz. O Arroz foi mandado em oito carros de bois.
Felispasiano antes de liberar as carretas passou o calador em cada saca retirando um quilo.
Como bom “Italiano”, conhecedor do Irmão, ao receber a mercadoria pesou uma amostra. Inteirado do furto passou o calador em cada uma das sacas retirando um quilo e devolvendo-as pelo mesmo transporte, sob a alegação de que no decorrer do prazo havia recebido a mercadoria. Como, então, era costume do pessoal do interior comprar por saca, nenhum dos dois perdeu nada, quem pagou foi o consumidor.
As requisições ou as visitas foram rareando .rareando até que desaparecem por completo. Uma separação Branca.
Uma noite quando todos já dormiam e não havia neta na cama ele chegou eufórico cantando:
Abre o poncho da tua alma prenda minha
Que eu preciso me aquecer
Se o inverno for intenso
Como eu penso
muito frio eu vou passar.
Não apresentava o mínimo indicio de embriagues, algo muito raro nos últimos anos.
Levantei-me fui ao banheiro. Talvez tenha demorado um pouco mais. Voltei ao quarto pensando encontra-lo na cama. Não. Ele estendera um cobertor no chão, deitara nele e como sempre dissera;
Que um dia sairia da minha vida silenciosamente. Com havia aparecido. Sofreu um enfarte fulminante..
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