OS INSONDÁVEIS CAMINHOS DO DESTINO
(Despretensiosa Reflexão sobre a Imponderabilidade do Próximo Minuto da Vida)
O vértice do destino bifurca os caminhos da vida, oferecendo duas vias por uma das quais devemos optar para nosso trilhar e que só Deus poderá dizer se a escolha foi certa ou não.
A vida fica, assim, Ã mercê do imponderável, onde arriscamos a enfrentá-lo no dia-a-dia.
O amanhecer recebe o Sol e na trajetória deste vamos acompanhando em busca do destino. O dia se abre ao destino do homem, e para ele o homem caminha.
No caminhar cruza com outros que igualmente vão em busca de seu destino.
A mulher grávida faz projetos para seu futuro rebento.
O bebedor vai à procura do produto de seu vício, seja, de um triste destino.
O corrupto planeja o golpe que dará nesse e nos próximos dias.
A adúltera corre excitada para os braços do amante.
A juventude estudiosa vai à escola, com os livros e as idéias na mente.
A juventude sem rumo caminha para o rumo que não a conduzirá a rumo nenhum.
O idealista teoriza a sua utopia para mudar o mundo.
O falso idealista teoriza seus argumentos para convencer os incautos a lhe seguirem.
O empresário ganancioso acelera a adrenalina e sua ànsia de chegar ao negócio e aumentar seus preços.
O garoto desassistido, mas não delinquente, caminha para o ponto do sinal de trànsito, procurando ganhar alguns trocados.
O delinquente, jovem, adulto ou idoso, planeja a maldade que fará na primeira esquina, na primeira vítima que encontrar pela frente.
E assim caminha a humanidade, planejando seu destino que, dada a imprevisibilidade do minuto seguinte de vida, pode se defrontar com uma circunstància que vertencia seus desejos e sonhos para estradas intransitáveis e túneis escuros e sem luz no final.
Que o futuro é insondável a humanidade sabe, mas teima em querer ajustá-lo a seus desígnios pela esperança que é a última a sucumbir.
De qualquer modo, vale a pena investir na esperança, no ideal, na fé, no otimismo, desde que não alienado, que não seja levado inocentemente pela corrente, sem ter à mão o leme da consciência, do tirocínio.
Quem acha que doma o destino, que tente fazê-lo. Se é ou não possível, há controvérsias, muitas controvérsias.
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