FADO SAPIENTE
Ó mulher, quando eu morrer
Tu nunca deves vestir
De luto por sentimento,
Põe-te nua sem temor
Porque nua a primor
Arranjas bom casamento.
Esquece o nosso amor
E dá à pele mais cor
Para afastares o desgosto,
Quando um rei morre na côrte
Seu filho herda-lhe a sorte
E em rei é logo posto.
Vai de amante em amante,
Frui a vida em cada instante,
Diverte-te, goza a esmo...
E convence-te enfim
Se morreres antes de mim
Eu a ti... Faço-te o mesmo !...
António Torre da Guia |