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Poesias-->AS MENINAS -- 04/07/2017 - 23:03 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





Nesse frio a cidade entristece



e atrás da vitrine,



a manequim avista



o sol de inverno em São Paulo.







É oca e plástica a boneca,



que agora prega o seu quase olhar



em nossa estrela já opaca entre nuvens.







São quase dourados,



a boneca e o sol paulistano.







Mas, às vezes, acontece



uma brisa morna cintila,



apaga os faróis,



desce pelas avenidas



e a transparência do nosso astro



reaparece.







Nesse frio São Paulo entristece,



e atrás da vitrine



a modelo veste uma jaqueta justa



e mira veículos apertados



por faixas justíssimas.







É oca e plástica a boneca,



que ajusta agora a sua quase percepção



para autos colados ao asfalto.







São quase iguais,



a boneca, o sol e o trânsito paulistano.







Mas, às vezes, acontece,



constantes explosões de “air-bags”,



desenlaçam pedestres



aquecem as ruas e praças



e a graça dos verão



reaparece.







Nesse frio a cidade entristece,



e atrás da vitrine,



a manequim percebe a voz da mulher ao marido:



Querido, eu mereço.







Então essa boneca tão oca e plástica,



acende a sua vaidade e pensa:



Eu também careço.







Muito semelhantes são,



a mulher de plástico e a mulher de osso.







Mas, a mulher de osso paga em espécie



e a mulher de plástico somente resplandece.



Vitrines não são consolo.







No frio toda a cidade entristece,



e atrás da vitrine,



a manequim oca e plástica percebe,



o quanto é difícil manter em São Paulo



a pura mimese.







Do livro: "Borboletas noturnas não existem"




 



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