Espéculo mordaz
Fantástica reconsideração:
Prestidigitação das gotas,
Espantalhos que não assustam,
Corvos que não assediam a colheita.
Regredindo e bufando,
O predicado escapole do sujeito:
Zanza pelas páginas e corredores,
Como uma estrela sem gás e calor.
O apito acorda um hoplita
E um termo escancarado
Levita entre as pálpebras tostadas
De um escriba que maldiz o querosene.
Registro de besta e especulação de anjos,
Sem ânimo natural, nem lucidez divina,
Um espéculo mordaz não permite ao aflito
O descanso humano e vulgar que regenera.
(Eder Kamitani)
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