 Fuga
Fugi...
Fugi da vida vivida numa redoma escura,
Fugi de mim mesmo e da minha brandura,
Da rotina triste, medíocre... comezinha,
Dos valores prescritos pela sociedade mesquinha.
Fugi...
Dos sabores e cores estabelecidos pelos preceitos soberanos,
Da certeza que me levou à mesmice, tantos anos,
Dos desejos ineptos que perduram ao vento.
Da tintura, escura... das flores envernizadas pelo tempo.
Hoje...
Sou o delírio das noites enluaradas,
A paixão cega pelas cores da madrugada,
O sabor dos beijos lascivos da mulher amada,
A loucura intrépida da pessoa errada.
Hoje...
Sou o barco à deriva nos portos distantes,
O segredo mais seguro dos marinheiros errantes,
O calor da paixão intensa... mais gritante,
Sou enredo, sina... perversão de amante.
CONTEXTO
Dedico esse texto a todos que têm a ousadia e coragem de se reinventar na vida.
A imagem que emoldura e atribui mais vida ao poema foi baixada do "PIXABAY"
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