Choro pedras úmidas
Cheias de musgos ao relento.
Choro um presente inundado
De agonias várias num bote transbordado.
Choro todas as palavras
Que escorrem pelas calçadas.
Choro meu olhar poético
Inchados em versos abandonados.
Choro sem portas e janelas,
Afogo-me em palavras
Que não me trazem nada.
Choro não poder dizer-lhes
Falta-me a voz que não ouço mais.
Choro neste lugar escuro
Não existe dia e não existe noite.
Choro até não suportar
Esta queda livre,
Deste meu penar
Choro, choro, choro...choro...
...até a palavra aguar...
By Pupila